domingo, 1 de junho de 2008

Erros no novo Indiana Jones

Não vi o filme. Mas li esta crítica e achei um absurdo um filme com recordes de bilheteria, tão proclamado e de um diretor tão tarimbado apresentar erros tão grosseiros. Uma prova da baboseira hollwoodiana. A fonte do texto – publicado no site vermelho.gov.br – é a AFP:

Os espectadores de "Indiana Jones e o reino da caveira de cristal" se surpreendem quando se diz no filme que Pancho Villa, herói da Revolução Mexicana, e seus amigos falavam quechua, o idioma dos antigos peruanos. "É uma barbaridade", disse o diretor da Biblioteca Nacional do Peru, Hugo Neyra.

Na saída das salas, os cinéfilos peruanos também expressam sua indignação com a trilha sonora. As aventuras de Indiana se passam no Peru, mas a música é, estranhamente, típica do México. Soma-se a isso o fato de que existam guerreiros maias falando quechua, em plena selva peruana, região supostamente cercada de areia movediça, com insaciáveis formigas que devoram humanos, e enormes cataratas que, na verdade, estão no Havaí.

Para completar a seqüência de absurdos, a pirâmide de Chichen Itzá, que no mundo real fica no México, na telona aparece no meio da Amazônia peruana.

O historiador Manuel Burga, ex-reitor da Universidade de San Marcos, a mais antiga da América, comentou que, embora se trate de um filme de ficção, faltou assessoria aos criadores do personagem, Steven Spielberg e George Lucas.

"Há muitos dados incorretos, embora seja uma ficção. Isso será prejudicial para muita gente que não conhece o nosso país, pois mostra um cenário peruano que não é real. Não é possível que se confunda a Amazônia com a selva de Yucatán, no México", reclamou Burga.

Para o diretor da Biblioteca Nacional do Peru, Hugo Neyra, muitos americanos e europeus, medianamente informados, vão se dar conta de que é "uma aberração" misturar as culturas maia e inca. "Eles sabem que Machu Picchu fica em Cuzco e Chichen Itzá, no México", afirmou.

O historiador Teodoro Hampe comentou que, no imaginário do americano comum, há um esquema, segundo o qual tudo que está além das fronteiras para o sul é a mesma coisa. "Para eles, dá no mesmo: México, Guatemala, Bolívia, ou Peru", completou. Outra confusão é que a cidade de Nasca, na costa sul do Peru, aparece, no filme, em Cuzco, no meio dos Andes do sul peruano.

A lista de reclamações continua, já que a trama insiste em uma idéia bastante difundida no exterior e rejeitada pela comunidade científica internacional de que a civilização andina é produto da visita de extraterrestres. Quase no final do filme, um disco voador emerge das profundezas de um palácio de ouro.

A mensagem subliminar parece ser a de que as conquistas das civilizações surgidas na América Latina são fruto de forças sobrenaturais, e não da capacidade de seus próprios habitantes.

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