segunda-feira, 5 de julho de 2010
Cantora potiguar no programa Ídolos
A quem interessar, a cantora natalense Thabata Medeiros está no “Top 30” semifinal do programa Ídolos, da Rede Recorde. Ao todo concorreram 83 mil artistas que foram julgados em diversas seleções. Thabata canta no estilo Axé e já se apresentou com vários artistas, entre eles, Ivete Sangalo, Cláudia Leite, Margarete Menezes, Daniela Mercury e Luís Carlos. Thabata também canta músicas de sua autoria. No último Carnatal ela formou par com a cantora Cláudia Leite no bloco Caju. Com a participação da banda Graffity ela está lançando o DVD “Thabata Medeiros”. A cantora, que tem apenas 18 anos, lança o seu primeiro DVD até o final de julho, durante uma grande festa em local a ser divulgado.
No beco, na lama e na garra

Festival MPBeco de Música perde patrocínios, descarta atração nacional e tenta repor recursos
Beco da Lama, do belo, do elo em torno da música e da musa Natal. Quem compareceu a alguma das quatro edições do festival de música mais jerimum do Estado conferiu a maior festa da música potiguar, na Praça de Setembro, Centro Histórico de Natal. Mesmo com o sucesso de um evento consolidado no calendário cultural da cidade, a produção do MPBeco lamenta a perda de três patrocinadores para a edição deste ano. Ainda assim, o festival será promovido “na marra”, segundo o produtor Júlio César Pimenta.
A ideia seria aumentar a premiação dos vencedores, manter o formato do festival aberto à música potiguar e o show de uma atração nacional. Até o momento sem conseguir repor a perda dos patrocinadores, a produção decidiu descartar a atração nacional e manter o valor das premiações, inclusive a do concurso de fotografia. O ano político e a adoção de uma nova modalidade de pagamento de impostos – o Super Simples – dificultaram a manutenção dos mesmos financiadores do projeto.
“Bancar um evento de prestígio à música daqui é difícil. Em nenhuma edição conseguimos promover com mais de 60% do evento financiado. E esse ano está pior”, lamenta o produtor. O caráter democrático e competitivo do festival é evidenciado nos estilos musicais concorrentes ou no público presente. Samba-enredo, funk, rap, hip-hop, rock, baladinhas, pop, MPB, música regional. E na plateia, mauricinhos, chico bento, porra-louca, tatuados, black power, rastafari, carecas, bruxas e lobisomens.
Segundo Júlio César Pimenta, mesmo com as inscrições abertas desde 15 de junho (com prazo até o fim deste mês), nenhuma inscrição foi feita até ontem (matéria publicada sexta, no DN). “Mas sempre é assim. Cerca de 90% são feitas na última semana. E 80% desse percentual é no último dia. Já foram distribuídos mais de 70 regulamentos”. As inscrições são gratuitas. Cada compositor pode inscrever até três músicas inéditas e compostas individualmente ou em parceria. No ano passado concorreram aproximadamente 170 músicas.
Desde o primeiro ano o Festival MPBeco é sucesso. “A primeira edição fizemos sem imaginar o resultado e para cumprir compromisso com a Destaque que já tinha adiantado seu patrocínio, mas faltou dinheiro. No segundo ano já tivemos que mudar o local, das adjacências do Beco da Lama à Praça Sete de Setembro porque fico apertado para o público. E desde então o evento só tem crescido”, afirma Júlio Pimenta.
O Regulamento do Festival assim como a Ficha de Inscrição também estão disponibilizados nos municípios detentores de Casa de Cultura Popular e nos Pontos de Cultura espalhados pelo Estado. Os interessados também podem baixar o Regulamento e a Ficha de Inscrição no site do Festival: www.festivalmpbeco.com.br e endereçar à produção do Festival sua remessa pelos Correios, ao seguinte endereço: Rua Júlio de Castilho, n.º 85 – Conjunto Vale do Pitimbu – Bairro Pitimbu – Natal/RN – Cep.: 59.069-550.
O resultado contendo as 24 músicas classificadas será divulgado no dia 30 de agosto. As duas eliminatórias e a etapa final do Festival serão realizadas, respectivamente, nos dias 11, 18 e 25 de setembro de 2010, na Praça Sete de Setembro – Centro Histórico.
Pontos de retirada dos regulamentos:
Sebo Lisboa – Avenida Hermes da Fonseca, nº. 407 – Loja 26 – Petrópolis – Natal/RN – CEP: 59.014-165 – Mercado Público de Petrópolis – Telefone: 8801-8703;
Sebo Balalaika – Rua Vigário Bartolomeu, nº. 565 – Cidade Alta – Natal/RN – CEP: 59.025-100 – Telefones: 9657-2022 / 8867-0520;
Natal Groove Instrumentos Musicais e Áudio – Rua Floriano Peixoto, nº. 567 – Petrópolis – Natal/RN – CEP: 59.020-500 – Telefone: 3211-8652;
Disco Fitas – Rua Princesa Isabel, nº. 700 – Cidade Alta – Natal/RN – CEP: 59.020-500 – Telefone: 3211-2419;
Arte Musical – Shopping Via Direta, Loja 714 – Lagoa Nova – Natal/RN – Cep: 59.078-910 – Telefones 3234-9541 / 3234 – 5118.
Premiação:
Prêmio Bosco Lopes de Melhor Intérprete do Festival – R$ 1.500,00
Prêmio Maestro Mainha de Melhor Arranjo Musical – R$ 1.500,00
Prêmio Celso da Silveira para a Música 3ª colocada no Festival – R$ 2.000,00
Prêmio Newton Navarro para a Música 2ª colocada no Festival – R$ 2.600,00
Prêmio Nazir Canan para a Música 1ª colocada no Festival – R$ 3.200,00
Prêmio Elino Julião do Voto Popular – R$ 2.200,00
Prêmio Bônus aos 10 finalistas – R$ 200,00
domingo, 4 de julho de 2010
Você é ético?
Responda a pergunta final com sinceridade e então você poderá auto-avaliar sua moral. Trata-se de uma situação imaginária. Você deve decidir sobre uma atitude a ser tomada baseada em duas alternativas possíveis.
Caso:
Você está em São Paulo , em meio aos terríveis momentos de enchentes que normalmente ocorrem na cidade . Você é um repórter fotográfico que trabalha para a CNN e está desesperado em meio ao caos (pessoas pedindo socorro, carros sendo arrastados pela correnteza) e tirando as fotos mais impactantes. A água cobre a principal via de trânsito e envolve pessoas e veículos.. de repente, em meio ao caos, você vê naquele "Land Rover" Maluf, Garotinho, José Sarney e ACM. Eles lutam, desesperadamente, para não serem arrastados pela correnteza, que segue direta para um enorme buraco que a tudo engole, entre lama, lixos, pedras. E eles estão sendo arrastados inexoravelmente. Você tem a oportunidade única de resgatá-los. Mas tem também a oportunidade única de tirar uma fotografia jornalística, seguramente ganhadora do Prêmio Puzlitzer, que te faria famoso no mundo inteiro, ao mostrar o flagrante inédito DA MORTE de tão famosos políticos. Não dá para titubear e nem fazer as duas coisas: salvar e fotografar.
Pergunta:
Baseado em seus princípios éticos e morais, na fraternidade e solidariedade humanas, que devem ser o forte das pessoas generosas, responda sinceramente: "Você faria a foto em preto e branco ou colorida?".
Caso:
Você está em São Paulo , em meio aos terríveis momentos de enchentes que normalmente ocorrem na cidade . Você é um repórter fotográfico que trabalha para a CNN e está desesperado em meio ao caos (pessoas pedindo socorro, carros sendo arrastados pela correnteza) e tirando as fotos mais impactantes. A água cobre a principal via de trânsito e envolve pessoas e veículos.. de repente, em meio ao caos, você vê naquele "Land Rover" Maluf, Garotinho, José Sarney e ACM. Eles lutam, desesperadamente, para não serem arrastados pela correnteza, que segue direta para um enorme buraco que a tudo engole, entre lama, lixos, pedras. E eles estão sendo arrastados inexoravelmente. Você tem a oportunidade única de resgatá-los. Mas tem também a oportunidade única de tirar uma fotografia jornalística, seguramente ganhadora do Prêmio Puzlitzer, que te faria famoso no mundo inteiro, ao mostrar o flagrante inédito DA MORTE de tão famosos políticos. Não dá para titubear e nem fazer as duas coisas: salvar e fotografar.
Pergunta:
Baseado em seus princípios éticos e morais, na fraternidade e solidariedade humanas, que devem ser o forte das pessoas generosas, responda sinceramente: "Você faria a foto em preto e branco ou colorida?".
Uma Cidade Menina
Por Alcides Vilar de Queiroz
escritor, pesquisador e tio-avô deste blogueiro
- Para Franklin Jorge
Uma cidade faz cem anos e eu a sinto desabrochante, menina-moça a me despertar enlevo, a reascender encantos e, na distância, a fazer renascerem mais fortes as imagens que na melancolia do exílio cultivei sempre como chama votiva a iluminar caminhos incansavelmente trilhados na infância, e rostos já emoldurados no tempo. E esse lume brilha hoje intensamente, ao lado das cem velas que o Ceará-Mirim está acendendo para comemorar a Lei nº 387, de 9/6/1882, que a transformou de “Briosa Villa” em cidade.
A vila nascida briosa pela memória dos gloriosos feitos do seu filho maior – Dom Felipe Camarão – e moldada foi pelo trabalhado incansável de homens valorosos, de autênticos semeadores de progresso, ditosa se tornaria ao longo dos tempos, como agora se vê, neste centenário, ao perceber que as gerações primeiras não contiveram apenas em si o dom maior do valor e do saber, mas os germinaram pelas sucessivas descendências. Assim, as sementes de riqueza, de fé incomensurável no futuro do chão amado, lançadas por pioneiros como um Dr. Victor de Castro Barroca (seu primeiro Juiz Municipal, senhor de engenho fidalgo e grande incentivador da instalação ali, na sua Boca da Mata, da sede do Município), de um Manoel Varella do Nascimento (Barão de Ceará-Mirim, benfeitor maior dos patrimônios da Matriz e do Município) e toda uma plêiade de homens ilustres que não seriam possível aqui citar, mas cujos sobrenomes ainda hoje são respeitosamente repetidos, por si e por seus descendentes, como os Raposo da Câmara, Pereira Sobral, Ribeiro Dantas, Meira, Pacheco, Antunes, Carrilho, Pereira e tantos outros de beneméritos aristocratas cearamirinenses, se multiplicaram em benefício próprio e se irradiaram por distantes paragens. Tanto na vida pública como nos meios intelectuais, Ceará-Mirim sempre viu filhos seus nas primeiraslinhas, como Augusto Soares Raposo de Câmara, vice-governador do Estado, alçando-se em várias ocasiões ao primeiro posto os desembargadores Elviro Carrilho da Fonseca e Silva, Virgílio Octávio Pacheco Dantas e Fábio Máximo Pacheco Dantas na alta magistratura do antigo Distrito Federal e do Estado; João da Fonseca Varella tornando-se General Honorário por sua atuação na Guerra do Paraguai; o advogado, mestre e Senador José Augusto Meira Dantas feito parlamentar pelo Estado do Pará; Luiz Lopes Varela, o fidalgo continuador das tradições de nobreza da Usina São Francisco, assumindo um mandado no Senado da República; o historiador Rodolfo Garcia na Academia Brasileira de Letras, assim como Edgar Barbosa foi e Nilo Pereira e Sanderson Negreiros são membros ilustres da Academia Norte-Riograndense de Letras. Nomes sem conta de poetas, advogados, jornalistas, médicos, administradores e empresários encheriam as páginas da história de Ceará-Mirim de brilhantismo.
Não cabe a mim, filho humilde e distanciado no tempo e no espaço, levantar a voz para enaltecer as velhas figuras e as doces imagens deste Ceará-Mirim centenário. Incontida, porém, como as cheias do rio a inundar o vale primoroso, a emoção deste filho saudoso transborda e se espraia em lembranças já confusas, mas de um amor desmedido. E as recordações desfocadas pela distância se tornam ainda mais belas, e a minha cidade emerge como um sonho, um bonito sonho, nos recônditos de uma alma apaixonada, tal como se o Ceará-Mirim tivesse sido para mim o amor perdido e jamais desaquecido. Vejo, sobretudo a também centenária Igreja de Nossa Senhora da Conceição, majestosa como todo o Vale, construída grandiosa talvez para o alto da colina poder dominá-lo, para bem vigiar,para manter sob seus olhares de bênção, usinas e engenhos, casas-grandes e palhoças, todos quantos no verdejante canavial construíam suas riquezas, sua sobrevivência. Revejo o velho Cemitério onde tantos mortos queridos, tantos conhecidos de outras épocas, repousam finalmente, embalados pelo silêncio, pelos leves gemidos dos ciprestes ao vento e, sobretudo, pela minha prece e pelo recordar contínuo. O Colégio Santa Águeda, belo na sua arquitetura e na sua missão (fecho os olhos e ouço o rumor de hábitos passando, das Gabriela, Natália – a quem tanto devo – Ângela, Do Carmo, Cristina: todas Maria, todas santas). Olho a chaminé pioneira do Carnaubal, ainda testemunhando, como tantas outras, o passado mais esplendoroso. As ladeiras, as ruas povoadas de humildes caminheiros como Amaro do Pote, Sabina, Chica Beiju-Quente; relembro a fiel presença de Abel Correia na Casa Paroquial; peço a bênção à velha catequista Dª Senhorinha e ainda pareço ouvir as serenatas dos boêmios José Lemos, Gabriel e José Wilson, enchendo de acordes as noites do vale. Recordo a imponência do Coronel Felismino Dantas, diariamente passando na sua carruagem em direção ao engenho, elegante como se indo estivesse a uma reunião da câmara dos Lordes; a pomposidade das missas cantadas que o Monsenhor Celso Cicco oficiava com o esplendor de um pontifical romano; as multidões piedosas das Missões de Frei Damião e o sino povoando de sons a cidade na despedida de tantos.
E nesse saudoso rememorar, imagino o Ceará-Mirim querido e distante, esta cidade museu de emoções, engalanado e festivo, altivo em suas torres e chaminés, o canavial acenando ao vento mais efusivo na saudação à grandeza, mantendo vivo na memória das gentes um acervo grandioso de fatos e de nomes que é preciso preservar para a posteridade. Não pode ser esquecido, por exemplo, um Frei Serafim de Catânia lançando em 21/2/1858 a pedra fundamental da Imponente Matriz (completada em 1900); o vasto rol de filhos da terra bacharéis de Olinda, encimado por José Carrilho do Revoredo Barros, da turma de 1874,ao lado de uma vasta galeria de médicos formados na Escola da Bahia; a ação marcante de Manuel de Gouveia Varella,instalando luz elétrica na cidade durante a sua gestão como prefeito; o Coronel Onofre José Soares e erigindo o Mercado Municipal, fator de tão amplo desenvolvimento para o comércio local, e a sua ativa vida literária, iniciada com o jornal “A Escola”, dos pioneiros Meira e Sá, Ronaldo Brandão, Olinto Meira e Vicente Inácio Pereira, em 1837.
Há fatos e nomes em profusão a serem recordados. Toda uma história bonita está para ser escrita e que somente enche de orgulho a quantos nasceram na centenária Ceará-Mirim ou a elegeram como sua pátria. O filho ausente nada mais pode fazer além de amá-la e senti-la cada vez com maior intensidade, mesmo sabendo-se incapaz de atingir a dimensão de afeto que como cronista-amante Nilo Pereira dedica à terra querida, em que encontra “vestígios do paraíso perdido”. À distância, recordo com saudade imensa a minha Cidade do Ceará-Mirim, essa exuberante menina-moça de cem anos.
* O texto Uma Cidade Menina foi publicado em 20 de junho de 1982. Infelizmente não tem qual o nome da mídia. A informação foi enviada pela poeta Lúcia Pereira, também cearamirinense.
- A foto é do centenário de Ceará-Mirim - 30 de julho de 1958.
sábado, 3 de julho de 2010
Caderno especial para discutir Saramago
Por Pedro Fernandes
editor do Caderno-revista 7faces (editado pela UFRN)
por email
Depois de publicado Terra do pecado, em 1947, seu primeiro romance, José Saramago passaria um longo intervalo de quase vinte anos sem publicar nenhum outro livro. A reestreia se dá em 1966, e ocorre em um gênero no qual o autor nunca será reconhecido pelo tal: a poesia. Entretanto, da extensa obra deixada por José Saramago que temos conhecimento, que é a da prosa, convém sublinhar que também a poesia se constitui num naco significativo no âmbito do conjunto completo da sua produção literária. Para efeito, citem-se: Os poemas possíveis - o referido livro de reestreia literária do escritor, publicado naquela que, à época, foi a mais importante coleção de poesia portuguesa, a coleção Poetas de hoje; Provavelmente alegria, em 1970; e O ano de 1993, publicado em 1975, que é o podemos chamar de sua assinatura oficial ao fim da produção no gênero. Fruto de uma "fabricação poética" (para usar os termos do próprio escritor em entrevista a Carlos Reis, 1997), todo esse material seria r evisto mais tarde por Saramago e republicado toda sua arte poética não só com um certo número de rasuras, mas também um certo número de emendas. Entendendo que, antes de ser espaço prólogo de escrita, isto é, de ensaio para composição da obra que se estende pós-poesia, a obra poética de José Saramago tem, coerentemente, um significado para o quadro da poesia portuguesa contemporânea (conforme sublinha Fernando J. B. Martinho em Para um enquadramento periodógico da poesia de José Saramago) e, consequentemente, na produçao literária do escritor. Trata-se, entretanto, de uma das zonas de criação do escritor menos explorada ou pelo menos ainda não estudada com profundidade, seja pela crítica brasileira, seja pela crítica estrangeira. A concepção e a elaboração desse número especial do Caderno-revista 7faces pretende chamar atenção para esta parte da obra de José Saramago e pretende ser um espaço para um diálogo acerca desse material poético do escritor português e recebe artigo s que no seu âmbito se proponham a discutir a poesia e aspectos concernentes à poesia do escritor. Nesse intuito reside o interesse de iluminar aspectos da sua poesia ainda postos à penumbra.
Consultar diretrizes para o envio e normas, acesse http://set7aces.blogspot.com/ ou http://letrasinversoreverso.blogspot.com/
Prazo de recebimento de textos (sem prorrogação): 30 de novembro de 2010. - Os textos devem ser encaminhados em anexo para o endereço eletrônico pedro.letras@yahoo.com.br
editor do Caderno-revista 7faces (editado pela UFRN)
por email
Depois de publicado Terra do pecado, em 1947, seu primeiro romance, José Saramago passaria um longo intervalo de quase vinte anos sem publicar nenhum outro livro. A reestreia se dá em 1966, e ocorre em um gênero no qual o autor nunca será reconhecido pelo tal: a poesia. Entretanto, da extensa obra deixada por José Saramago que temos conhecimento, que é a da prosa, convém sublinhar que também a poesia se constitui num naco significativo no âmbito do conjunto completo da sua produção literária. Para efeito, citem-se: Os poemas possíveis - o referido livro de reestreia literária do escritor, publicado naquela que, à época, foi a mais importante coleção de poesia portuguesa, a coleção Poetas de hoje; Provavelmente alegria, em 1970; e O ano de 1993, publicado em 1975, que é o podemos chamar de sua assinatura oficial ao fim da produção no gênero. Fruto de uma "fabricação poética" (para usar os termos do próprio escritor em entrevista a Carlos Reis, 1997), todo esse material seria r evisto mais tarde por Saramago e republicado toda sua arte poética não só com um certo número de rasuras, mas também um certo número de emendas. Entendendo que, antes de ser espaço prólogo de escrita, isto é, de ensaio para composição da obra que se estende pós-poesia, a obra poética de José Saramago tem, coerentemente, um significado para o quadro da poesia portuguesa contemporânea (conforme sublinha Fernando J. B. Martinho em Para um enquadramento periodógico da poesia de José Saramago) e, consequentemente, na produçao literária do escritor. Trata-se, entretanto, de uma das zonas de criação do escritor menos explorada ou pelo menos ainda não estudada com profundidade, seja pela crítica brasileira, seja pela crítica estrangeira. A concepção e a elaboração desse número especial do Caderno-revista 7faces pretende chamar atenção para esta parte da obra de José Saramago e pretende ser um espaço para um diálogo acerca desse material poético do escritor português e recebe artigo s que no seu âmbito se proponham a discutir a poesia e aspectos concernentes à poesia do escritor. Nesse intuito reside o interesse de iluminar aspectos da sua poesia ainda postos à penumbra.
Consultar diretrizes para o envio e normas, acesse http://set7aces.blogspot.com/ ou http://letrasinversoreverso.blogspot.com/
Prazo de recebimento de textos (sem prorrogação): 30 de novembro de 2010. - Os textos devem ser encaminhados em anexo para o endereço eletrônico pedro.letras@yahoo.com.br
Qual o ‘Meu Nome’?
Peça teatral nasce do projeto Interações estéticas e estreia temporada amanhã na Casa da Ribeira
O Grupo Casa da Ribeira de Teatro estreia neste sábado e domingo, às 20h, seu segundo espetáculo intitulado Meu Nome, sob a coordenação da Cia. Brasileira de Teatro, do diretor Marcio Abreu e das atrizes Nadja Naira e Giovana Soar. O espetáculo segue temporada até 25 de julho. A vinda da Cia Brasileira aconteceu graças ao projeto Interações estéticas do Ministério da Cultura.
Os jovens artistas (atores e iluminadores) que estreiam esta segunda montagem são estudantes oriundos dos Colégios Atheneu e Ulisses de Góis que tiveram a oportunidade de formação em Teatro, através do Projeto ArteAção, que prioriza o desenvolvimento humano através da arte e tem o patrocínio em Natal do Instituto Ayrton Senna e da Cosern.
Também sob a coordenação de Henrique Fontes e Claudia Viana, da Casa da Ribeira, o grupo escolheu abordar um tema comum a todos e, ao mesmo tempo íntimo, próprio a cada ator. Segundo Henrique Fontes, o espetáculo Meu Nome traz a própria identidade dos atores, emoções, risadas e histórias reais que dão vida ao espetáculo. O processo priorizou uma busca pelo que há escondido atrás do nome de cada pessoa - o ser e suas raízes.
Com dramaturgia conjunta do Grupo da Casa e da Cia. Brasileira, educandos e educadores que participaram do processo sentem-se realizados com a parceria e o trabalho desenvolvido. A integrante do Grupo Thaennia Ferreira afirma que o processo de montagem foi muito construtivo para sua formação profissional e pessoal. “O tema trabalhado, apesar de falar de mim, foi um pouco complexo. Tive que fazer uma pesquisa aprofundada sobre o meu eu; não o meu nome em si, mas o que tem além disso”, disse Thaennia.
Espetáculo Teatral 'Meu nome'
Temporada: neste sábado e domingo, 10, 11, 17, 18, 24 e 25 de julho.
Horário: 20h
Onde: Casa da Ribeira
Quanto: R$ 5
Contato: (84)3211-7710 / www.casadaribeira.com.br
Fundo Brasil seleciona 3 projetos potiguares
O Fundo Brasil de DireitosHumanos divulgou hoje o resultado da seleção de projetos do Edital 2010. Entreas 762 propostas recebidas foram aprovadas 32, com orçamento de até R$ 25 mil,distribuídas por 15 estados de todas as regiões do País. Na região Nordeste foram 17projetos escolhidos. Três organizações do Rio Grande do Norte foram contempladas: Associação de Moradores do Quilombo de Acauã (AMQA), Canto Jovem e Coletivo Leila Diniz - Ações de Cidadania e Estudos Feministas. Todos os selecionados podem ser conferidos no site www.fundodireitoshumanos.org.br. Nesse quarto edital, os projetos visam defender e promover os direitos das mulheres,de crianças e adolescentes, de povos indígenas, de comunidades tradicionais,como quilombolas, pescadores artesanais e quebradeiras de coco, da populaçãoLGBT e de afrodescendentes, entre outros.
HQ de clássicos literários
As sagas fantásticas Viagem ao centro da Terra, Vinte mil léguas submarinas – ambas escritas por Júlio Verne –, Mobi Dick, do autor americano Herman Melville, e Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll, ganham versão em quadrinhos pelo selo Farol HQ da editora DCL (Difusão Cultural do Livro). O selo que está sendo lançado este mês conta com grandes clássicos da literatura mundial em formato mais atual e emocionante. Ao todo serão 10 títulos lançados ao longo do ano, entre eles, obras de Daniel Defoe, Shakespeare e Mark Twain. Cada edição sai com 72 páginas e custa R$ 27,90.
sexta-feira, 2 de julho de 2010
Solto no rock
Se a prefeitura atrapalhou as comemorações do Dia do Rock em Natal, o guia cultural Solto na Cidade salvou a pátria jerimum. Com o projeto gráfico revisto e as mudanças de papel e formato, as seções foram otimizadas e o guia ficou mais atraente, mais fácil e agradável de ler.
A primeira edição com essas mudanças - a de número 43 - já está nas ruas, totalizando 430 mil exemplares já impressos desde sua criação, em novembro de 2008. A distribuição, gratuita, em mais de 200 pontos, foi uma das coisas mantidas, assim como a qualidade do conteúdo.
Nesse primeiro número com novo formato, o Solto homenageia o dia mundial do rock (13 de julho) com uma matéria especial indicando um roteiro para quem curte o estilo. Esse é o principal destaque, mas, claro, tem muito mais nas 32 páginas desta edição.
As seções “Solto Kids” (voltada para o público infanto-juvenil) e Bares & Baladas (onde é possível conferir, além da agenda, uma rota de serviços) são algumas das novidades no conteúdo, que só tem a ganhar com a reforma gráfica e editorial.
Desde que o guia cultural foi lançado, esse é o terceiro formato, sendo a segunda mudança pela qual ele passa. E não será a última. A ideia é evoluir sempre.
SOBRE O GUIA
O Guia Cultural Solto na Cidade é uma publicação quinzenal, distribuída gratuitamente em mais de 200 pontos espalhados pela cidade (cinemas, casas de espetáculo, teatros, livrarias, bares, restaurantes, cafés, faculdades, hotéis e shoppings, entre outros). A tiragem é de 10 mil exemplares por edição.
A direção está a cargo da jornalista Anne Caroline Medeiros e do empresário Federico Rinaldi e o conteúdo editorial é assinado pelos jornalistas Itaércio Porpino e Marcelo Tavares. A publicação conta com o apoio da Assembleia Legislativa do RN, Locarx, SENAC, SEBRAE, Oral Way, Casa da Ribeira, Taverna Pub, Boate Vogue, Ma-noa Park, Natal Convention Bureau e Mamma Itália Pizzaria, entre outros parceiros da iniciativa pública e privada.
SOLTO NA REDE
Além da versão impressa, o Guia Cultural Solto na Cidade também faz sucesso no mundo virtual. No endereço www.soltonacidade.com.br, que ainda no mês de julho ganhará novo layout, os internautas têm acesso a informações atualizadas dos eventos que estão acontecendo na cidade e também ao conteúdo produzido exclusivamente para a página. Outro diferencial é a seção promoções. O espaço, reservado para o sorteio de ingressos de shows, espetáculos e outras atividades, é um dos mais visitados do site. Acompanhe também a nossa página no orkut e no Twitter (www.twitter.com/soltonacidade).
Vencedores do 20º Cine Ceará
A decisão do corpo de jurados presidido por Roberto Farias e formado por Silvie Debs, José Vargas, Luis Reneses e Miguel Mato foi unânime em escolher a co-produção Argentina/França/Espanha O Último Verão de Laboyita. O longa-metragem da diretora argentina, que fez première brasileira no 20º Cine Ceará, já tem distribuidor no país e deve ser lançado comercialmente ainda este ano.
Melhor Filme: O Último Verão de La Boyita, de Julia Solomonoff
Melhor Diretor: Javier Rebollo, de A Mulher sem Piano
Melhor Fotografia: Santiago Racaj, de A Mulher sem Piano
Melhor Edição: Rosario Suárez e Andrés Tambornino, de O Último Verão de La Boyita
Melhor Roteiro: Lola Mayo e Javier Rebollo, de A Mulher sem Piano
Melhor Som: Lena Esquenazi, de O Último Verão de La Boyita
Melhor Trilha Original: Luiz Pretti e Uirá dos Reis, de Estrada para Ythaka
Melhor Direção de Arte: Juan Carlos Acevedo, de Do Amor e Outros Demônios
Melhor Ator: Prêmio “ex aequo” para Damián Alcázar e Alfredo Catania, de O Último Comandante
Melhor Atriz: Miriel Cejas, de Lisanka
Prêmio Especial do Jurado: Memória Cubana, de Alice Andrade e Iván Napoles.
Mostra Competitiva de Curta-Metragem
Na Mostra Competitiva de Curta-Metragem concorreram 16 produções em 9 categorias, incluindo a de Melhor Filme. O júri foi presidido por Tetê Moraes e formado por Alexandre Jardim, Micheline Helena; Douglas Duarte, e Marcus Vilar. Os vencedores são:
Melhor Curta Metragem: decidido por unanimidade para Ensaio de Cinema, de Allan Ribeiro
Melhor Direção: Camilo Cavalcante, de Ave Maria ou Mãe dos Sertanejos
Melhor Fotografia: Antonio Luis Mendes, de Azul
Melhor Edição: Caio Zatti, de Ave Maria ou Mãe dos Sertanejos
Melhor Roteiro: decidido por unanimidade para Allan Ribeiro e Gatto Larsen, de ensaio de Cinema;
Melhor Som: para a equipe de som direto, trilha sonora, edição de som e mixagem do filme Ouija;
Melhor Direção de Arte: decidido por unanimidade para Flávio Takahashi, de Vento;
Melhor Ator: Gatto Larsen, de Ensaio de Cinema, e Flávio Bauraqui, de Jardim Beleléu
Melhor Atriz: Zezita Matos, de Azul
Melhor Filme: O Último Verão de La Boyita, de Julia Solomonoff
Melhor Diretor: Javier Rebollo, de A Mulher sem Piano
Melhor Fotografia: Santiago Racaj, de A Mulher sem Piano
Melhor Edição: Rosario Suárez e Andrés Tambornino, de O Último Verão de La Boyita
Melhor Roteiro: Lola Mayo e Javier Rebollo, de A Mulher sem Piano
Melhor Som: Lena Esquenazi, de O Último Verão de La Boyita
Melhor Trilha Original: Luiz Pretti e Uirá dos Reis, de Estrada para Ythaka
Melhor Direção de Arte: Juan Carlos Acevedo, de Do Amor e Outros Demônios
Melhor Ator: Prêmio “ex aequo” para Damián Alcázar e Alfredo Catania, de O Último Comandante
Melhor Atriz: Miriel Cejas, de Lisanka
Prêmio Especial do Jurado: Memória Cubana, de Alice Andrade e Iván Napoles.
Mostra Competitiva de Curta-Metragem
Na Mostra Competitiva de Curta-Metragem concorreram 16 produções em 9 categorias, incluindo a de Melhor Filme. O júri foi presidido por Tetê Moraes e formado por Alexandre Jardim, Micheline Helena; Douglas Duarte, e Marcus Vilar. Os vencedores são:
Melhor Curta Metragem: decidido por unanimidade para Ensaio de Cinema, de Allan Ribeiro
Melhor Direção: Camilo Cavalcante, de Ave Maria ou Mãe dos Sertanejos
Melhor Fotografia: Antonio Luis Mendes, de Azul
Melhor Edição: Caio Zatti, de Ave Maria ou Mãe dos Sertanejos
Melhor Roteiro: decidido por unanimidade para Allan Ribeiro e Gatto Larsen, de ensaio de Cinema;
Melhor Som: para a equipe de som direto, trilha sonora, edição de som e mixagem do filme Ouija;
Melhor Direção de Arte: decidido por unanimidade para Flávio Takahashi, de Vento;
Melhor Ator: Gatto Larsen, de Ensaio de Cinema, e Flávio Bauraqui, de Jardim Beleléu
Melhor Atriz: Zezita Matos, de Azul
quinta-feira, 1 de julho de 2010
O to be or not to be do escritor
Por Fernando Lago
no Digestivo Cultural
Afinal de contas, o que é mesmo ser escritor? Volta e meia deparo-me com esta inquietante questão que diante de tantas novas linguagens tem sido alvo de ferrenhas discussões. Há algumas cositas que não podemos deixar de levar em consideração.
A primeira é que nem todo escritor, necessariamente, publica por uma editora. Não dá pra deixar de considerar as novas linguagens. Calma! Não estou aqui dissertando sobre o fim do livro de papel ou sobre a banalização da arte. Só quero dizer que escritores nascem em todos os lugares. Em Ilhéus, em Itabira, em Caratinga, em Taperoá e, quem sabe, em Teixeira de Freitas, no extremo sul da Bahia. Lugares em que o olhar editorial passa despercebido por muitos sujeitos que têm realmente muito talento. A solução encontrada por muitos destes, incluindo-me modestamente, é divulgar o seu trabalho através de blogs e sites de relacionamento que reúnem pessoas que gostam de ler e escrever. Obviamente que a maioria entra alimentando a esperança de que alguém se interessará pelo seu trabalho e o divulgará, havendo a possibilidade de alcançar olhares realmente interessados em ajudar a chegar à tão sonhada publicação. Alguns outros não são tão românticos.
AQUI
no Digestivo Cultural
Afinal de contas, o que é mesmo ser escritor? Volta e meia deparo-me com esta inquietante questão que diante de tantas novas linguagens tem sido alvo de ferrenhas discussões. Há algumas cositas que não podemos deixar de levar em consideração.
A primeira é que nem todo escritor, necessariamente, publica por uma editora. Não dá pra deixar de considerar as novas linguagens. Calma! Não estou aqui dissertando sobre o fim do livro de papel ou sobre a banalização da arte. Só quero dizer que escritores nascem em todos os lugares. Em Ilhéus, em Itabira, em Caratinga, em Taperoá e, quem sabe, em Teixeira de Freitas, no extremo sul da Bahia. Lugares em que o olhar editorial passa despercebido por muitos sujeitos que têm realmente muito talento. A solução encontrada por muitos destes, incluindo-me modestamente, é divulgar o seu trabalho através de blogs e sites de relacionamento que reúnem pessoas que gostam de ler e escrever. Obviamente que a maioria entra alimentando a esperança de que alguém se interessará pelo seu trabalho e o divulgará, havendo a possibilidade de alcançar olhares realmente interessados em ajudar a chegar à tão sonhada publicação. Alguns outros não são tão românticos.
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Dia silencioso do Rock
Por Anderson Foca
Centro Cultural Dosol
Julho é o período que se convencionou celebrar o rock e suas vertentes. Sempre no dia 13 deste mês a data do Dia Mundial do Rock é lembrada, celebrada e incensada graças ao LiveAid, Bob Geldof e outros amantes do estilo.
Já há três anos o Dosol vem promovendo a maior celebração da data em Natal misturando palestras, conhecimento, solidariedade e é claro, muita música. Ano passado foram mais de mil e quinhentas pessoas no evento solidário e gratuito (todas as edições foram gratuitas), gerando duas toneladas de alimento e colocando em ação dez bandas locais para um grande público. Sucesso de público, organização e mídia.
A prefeitura, através da Fundação Capitania das Artes, nos convidou para fazer uma parceria, já que uma das premissas das ações da Fundação é comemorar os dias que fazem parte da cultura da cidade: dia do artista plástico, dia do museu, dia da cultura popular, dias, dias, dias… Fomos de braços abertos. Cedemos nosso know-how e aceitamos realizar o evento em parceria com o poder público.
Eles cediam a estrutura necessária para o evento e nós ficávamos com a parte de casting, organização e assessoria de imprensa. Mandamos um orçamento prontamente aprovado pelos gestores (e muito mais baixo do que qualquer coisa do tipo que eles costumam fazer) e saímos felizes, certos de que estávamos tratando com gente séria e cumpridora de contratos. Tive o cuidado de perguntar ao departamento financeiro da Capitania das Artes em quanto tempo sairia o dinheiro para pagar os fornecedores, já que eu teria a responsabilidade de contratar e pagar a todos os envolvidos. Trinta dias foi o prazo estipulado para o pagamento.
Ligamos para os nossos parceiros, acertamos sonorização, cercamento, alugamos espaço adicional, segurança e modestamente fizemos uma GRANDE FESTA (veja o vídeo aqui). Agora começa a parte chata da história.
Entregamos toda a documentação de convênio com a prefeitura 20 dias antes do evento acontecer, incluindo nota fiscal com todas as nossas responsabilidades devidamente cumpridas. Realizamos o evento e esperamos dar o prazo do repasse da prefeitura. Passaram-se trintas dias, sessenta dias, noventa dias e estamos chegando agora a 365 dias sem o acerto que acordamos através de contrato.
Há uma lenda que diz que quem deve é quem tem muito dinheiro. Quem tem pouco dinheiro (ou nenhum) é que dá um jeito de sempre manter suas contas em dia com muito trabalho e dedicação. O Dosol não podia deixar os parceiros e fornecedores na mão e logicamente PAGOU TODOS OS ENVOLVIDOS COM VERBA PRÓPRIA, já que o repasse da prefeitura não foi feito, descapitalizando nosso combo de cultura e quebrando uma série de planejamentos e ações.
Já perdi as contas das vezes que ligamos, marcamos reuniões e nos envolvemos com a Capitania das Artes. O Dosol recentemente estava num grupo de estudo (voluntário) para reformar a Lei Djalma Maranhão. Temos muita simpatia pelas pessoas que lá estão, Rodrigues Neto e seu comando simpático, Gustavo Wanderley (que já saiu da vice-presidência), entre outras figuras bacanas que lá estão.
Mas é inadmissível ver a assessoria da fundação cultural municipal inundar minha caixa de e-mail todos os dias com eventos novos e a prefeitura alegar que não ter “orçamento” para pagar uma dívida adquirida há um ano. Será que o povo que trabalhou no Auto de Natal, no Encontro de Escritores, ainda não recebeu? Será que o salário de Rodrigues Neto está atrasado? E o da nossa prefeita? Ela também tá na pindaíba? Duvido.
Então ficamos assim. Continuaremos cobrando. E não temos dinheiro para fazer a ação do Dia Mundial do Rock em 2010 graças ao calote que estamos levando da Capitania das Artes e da prefeitura. Seguimos nosso trabalho já bem acostumados com o funcionamento e o interesse que esse povo tem por cultura e cidadania.
Dizem que os chatos são atendidos primeiro. Nunca quisemos ser chatos e nem é do nosso interesse perder tempo com reclamismos. Mas agora é uma questão de honra e respeito que isso se resolva, não pelo dinheiro, mas pela dignidade que é sempre muito mais importante!
E quem sabe eles não pagam nessa pressão e voltamos atrás e realizamos mais um ano do evento? Ajude à gente e ao rock and roll espalhando esse texto.
Centro Cultural Dosol
Julho é o período que se convencionou celebrar o rock e suas vertentes. Sempre no dia 13 deste mês a data do Dia Mundial do Rock é lembrada, celebrada e incensada graças ao LiveAid, Bob Geldof e outros amantes do estilo.
Já há três anos o Dosol vem promovendo a maior celebração da data em Natal misturando palestras, conhecimento, solidariedade e é claro, muita música. Ano passado foram mais de mil e quinhentas pessoas no evento solidário e gratuito (todas as edições foram gratuitas), gerando duas toneladas de alimento e colocando em ação dez bandas locais para um grande público. Sucesso de público, organização e mídia.
A prefeitura, através da Fundação Capitania das Artes, nos convidou para fazer uma parceria, já que uma das premissas das ações da Fundação é comemorar os dias que fazem parte da cultura da cidade: dia do artista plástico, dia do museu, dia da cultura popular, dias, dias, dias… Fomos de braços abertos. Cedemos nosso know-how e aceitamos realizar o evento em parceria com o poder público.
Eles cediam a estrutura necessária para o evento e nós ficávamos com a parte de casting, organização e assessoria de imprensa. Mandamos um orçamento prontamente aprovado pelos gestores (e muito mais baixo do que qualquer coisa do tipo que eles costumam fazer) e saímos felizes, certos de que estávamos tratando com gente séria e cumpridora de contratos. Tive o cuidado de perguntar ao departamento financeiro da Capitania das Artes em quanto tempo sairia o dinheiro para pagar os fornecedores, já que eu teria a responsabilidade de contratar e pagar a todos os envolvidos. Trinta dias foi o prazo estipulado para o pagamento.
Ligamos para os nossos parceiros, acertamos sonorização, cercamento, alugamos espaço adicional, segurança e modestamente fizemos uma GRANDE FESTA (veja o vídeo aqui). Agora começa a parte chata da história.
Entregamos toda a documentação de convênio com a prefeitura 20 dias antes do evento acontecer, incluindo nota fiscal com todas as nossas responsabilidades devidamente cumpridas. Realizamos o evento e esperamos dar o prazo do repasse da prefeitura. Passaram-se trintas dias, sessenta dias, noventa dias e estamos chegando agora a 365 dias sem o acerto que acordamos através de contrato.
Há uma lenda que diz que quem deve é quem tem muito dinheiro. Quem tem pouco dinheiro (ou nenhum) é que dá um jeito de sempre manter suas contas em dia com muito trabalho e dedicação. O Dosol não podia deixar os parceiros e fornecedores na mão e logicamente PAGOU TODOS OS ENVOLVIDOS COM VERBA PRÓPRIA, já que o repasse da prefeitura não foi feito, descapitalizando nosso combo de cultura e quebrando uma série de planejamentos e ações.
Já perdi as contas das vezes que ligamos, marcamos reuniões e nos envolvemos com a Capitania das Artes. O Dosol recentemente estava num grupo de estudo (voluntário) para reformar a Lei Djalma Maranhão. Temos muita simpatia pelas pessoas que lá estão, Rodrigues Neto e seu comando simpático, Gustavo Wanderley (que já saiu da vice-presidência), entre outras figuras bacanas que lá estão.
Mas é inadmissível ver a assessoria da fundação cultural municipal inundar minha caixa de e-mail todos os dias com eventos novos e a prefeitura alegar que não ter “orçamento” para pagar uma dívida adquirida há um ano. Será que o povo que trabalhou no Auto de Natal, no Encontro de Escritores, ainda não recebeu? Será que o salário de Rodrigues Neto está atrasado? E o da nossa prefeita? Ela também tá na pindaíba? Duvido.
Então ficamos assim. Continuaremos cobrando. E não temos dinheiro para fazer a ação do Dia Mundial do Rock em 2010 graças ao calote que estamos levando da Capitania das Artes e da prefeitura. Seguimos nosso trabalho já bem acostumados com o funcionamento e o interesse que esse povo tem por cultura e cidadania.
Dizem que os chatos são atendidos primeiro. Nunca quisemos ser chatos e nem é do nosso interesse perder tempo com reclamismos. Mas agora é uma questão de honra e respeito que isso se resolva, não pelo dinheiro, mas pela dignidade que é sempre muito mais importante!
E quem sabe eles não pagam nessa pressão e voltamos atrás e realizamos mais um ano do evento? Ajude à gente e ao rock and roll espalhando esse texto.
Triste fim de Policarpo e da língua tupi

Historiador quer incorporar o tupi-guarani à oficialidade lingüística de Natal e resgatar cultura indígena
Quando o escritor Lima Barreto escreveu o clássico O triste fim de Policarpo Quaresma queria se livrar do engodo de uma identidade nacional forjada pelos escritores do Romantismo. Policarpo era um nacionalista inveterado. Estudou a história do país e construiu projetos de brasilidade para criar a verdadeira identidade nacional. Entre eles estava o resgate da língua tupi-guarani. É esta também a meta – em âmbito local – buscada pelo historiador potiguar Aucides Sales. O professor já conseguiu oficializar o tupi-guarani em Canguaretama e agora busca incorporar a língua originária dos índios em Natal.
O tupi-guarani integra a língua indígena tupi, estudada pelos jesuítas na época do Brasil-Colônia e já extinta. Nos últimos anos tupinólogos têm conseguido o resgate pelo interesse do estudo dessa língua no Brasil. Muito mais que o interesse pelo sentimento de brasilidade e identificação de nossa cultura primária, o ensino ainda incipiente do tupi-guarani, sobretudo em comunidades indígenas, tem colaborado para um reencontro das tribos com suas origens, elevado a auto-estima e despertado nos índios o interesse pela sua história e seus direitos. O movimento tem crescido em cadeia e o propósito é chegar às câmaras legislativas.
Se o guarani foi oficializado como língua oficial do Mercosul em 2009; se mais de 95%dos paraguaios falam fluentemente a língua; e se a Argentina oficializou o guarani em duas províncias (equivalente aos estados federativos brasileiros) do país, no Brasil praticamente apenas a Marinha brasileira adota a língua para comunicação secreta via rádio. Afora a isso, parcos 30 mil brasileiros, aproximadamente (o número é uma estimativa imprecisa, sem bases científicas fundamentadas), falam guarani, em maioria índios. Mesmo havendo decreto datado da época do presidente Juscelino Kubitschek decretando o ensino da língua nas universidades.
Recentemente, em 21 de maio, a cidade sul matogrossense de Tucuru, oficializou o guarani como sua segunda língua, provocada por uma das testemunhas de um processo judicial tramitado na cidade só falar essa língua. Em São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, foi oficializada a língua nheengatu, do tronco do tupi-guarani, que engloba ainda o tupi da costa, o inhandeva, o kaiowá, cocama, imbiá, guarani paraguaio, guarani boliviano e guarani peruano, pelo menos. Levantar informações confiáveis sobre a fonologia da língua tupi para uma possível reconstrução fonológica seria tarefa impraticável não tivesse esse tronco, mais especificamente a família tupi-guarani.
Guarani potiguar
O caso do ensino do guarani no Rio Grande do Norte tem início no município paraibano da Baía da Traição – território tradicional dos índios Potiguara, pertencentes à grande família tupi-guarani, das mais poderosas tribos nordestinas. Um grupo de tupinólogos foi convidado a ensinar o guarani na aldeia Acajutibiró. Lá, os mais índios mais antigos misturavam o tupi com o português. Partiu deles o pedido para recuperar a herança linguística de seus antepassados. “Eu pedi que fossem à Funai (Fundação Nacional do Índio) porque há um movimento nacional de resgate da língua guarani a partir da formação de professores para ensinarem nas universidades”, sugeriu Aucides Sales.
O líder do movimento é o professor da USP, Eduardo Navarro. Ele morou seis meses na aldeia Acajutibiró e formou 18 professores indígenas, hoje atuantes em 30 aldeias da reserva, já com ramificações estendidas a aldeias do Ceará e Espírito Santo. Aucides explica que a partir do ensino da língua na aldeia, os índios também resgataram antigas práticas culturais como o artesanato típico, construção dos antigos modelos de morada, formação de grupos de Toré e, sobretudo, maior mobilização e participação em assembleias, etc. “A língua é o espírito da cultura. Tudo nasce em torno dela”, ressalta Aucides.
Aucides iniciou, em 2002, o intercâmbio cultural entre os índios da Baía da Traição e a comunidade do Catu, em Canguaretama – também tradicional município indígena, hoje com cerca de 7 mil índios. Hoje, a cidade potiguar tem a língua tupi-guarani como língua oficial. Após essa iniciativa, no ano passado mais três grupos indígenas potiguares pediram reconhecimento de suas identidades à Funai: a comunidade do Amarelão (João Câmara), Janduís (Assu) e Sagi, hoje cidade emancipada. Segundo Aucides, apenas no Rio Grande do Norte há 18 grupos indígenas. O de Caraúbas é dos maiores, com 6 mil índios. O município de Vila Flor, a 4 quilômetros de Canguarema tem maioria indígena.
Em Natal, Aucides coordena o Centro de Estudos Indígenas de Igapó. A entidade tenta implantar o ensino do tupi-guarani nas escolas e é responsável pela formação de novos professores de ensino da língua guarani, promoção de eventos relacionados à cultura indígena, com projetos sociais como o Clara Camarão e Potiguaçu, apresentações de dança e folclore em escolas e parcerias com instituições como o Seturn, a Fundação José Augusto e a Secretaria Estadual de Educação na divulgação da cultura indígena no Estado.
História do tupi
Grande parte das tribos indígenas que habitavam o litoral brasileiro, quando da chegada dos portugueses ao Brasil em 1500 falava línguas pertencentes à dita família tupi-guarani. Segundo explicação de Aucides Sales, a língua tupi – da catequese, escrita pelo padre Anchieta – foi proibida no Brasil em 1755 pelo Marquês de Pombal. O motivo foi um atentado contra o rei de Portugal, Dom José I. Jesuítas foram acusados e expulsos do reino. Ainda decorrente do fato, o Marquês de Pombal proibiu a escravidão indígena; liberou o casamento entre índios e portugueses; e a posse de terras dos jesuítas pelos índios.
* Matéria publicada hoje no Diário de Natal
Alzeny Nelo no Xeque Mate de hoje

A premiada soprano natalense Alzeny Nelo contará um pouco de sua trajetória artística e responderá perguntas variadas sobre o cenário artístico brasileiro no programa Xeque-Mate da TVU desta sexta-feira às 19h30. O programa de entrevistas inspirado em evento realizado no ano de 1972 pela Faculdade Eloy de Souza, da Fundação José Augusto, quando os estudantes se reuniam no pátio da faculdade para entrevistar um convidado diante de uma platéia formada por estudantes, professores e público em geral. Em 2002 foi transformado em programa de televisão pela TVU e tem duração de 60 minutos. Em forma de entrevista, com a participação de alunos do curso de Comunicação Social.
Cao Hamburger promete polêmica em novo filme
Por Neusa Barbosa
Especial para o UOL, do Cineweb
Constantemente celebrados como parâmetros da antropologia indígena no Brasil, os irmãos paulistas Orlando, Cláudio e Leonardo Villas Boas serão objeto de uma cinebiografia, “Xingu”, assinada pelo diretor Cao Hamburger (“O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias”), cujas filmagens começam no próximo dia 20 de julho, na Amazônia. Os intérpretes do trio serão Felipe Camargo (Orlando), João Miguel (Cláudio) e Caio Blat (Leonardo).
Falando ao UOL Cinema por telefone, de um barco, a partir da cidade de São Félix (TO), uma das locações da produção, Hamburger lembra que seu engajamento no processo decorreu de um convite de Fernando Meirelles, o cineasta e dono da produtora O2, que aqui funciona como produtor.
A semente inicial do filme, no entanto, foi uma queixa de Noel Villas Boas, filho de Orlando, a Meirelles. “Ele procurou o Fernando, argumentando que a história de seu pai e tios renderia um ótimo filme. E que estava esquecida”, conta Cao. Aceita a ideia, foi dado início a um longo processo de pesquisa. Só após esta etapa, o diretor aceitou o convite. “Eu sabia por alto quem eles tinham sido, claro, mas isto não bastava. Quando mergulhei no assunto, me apaixonei muito por eles, suas histórias e os personagens que era possível descobrir nesta saga”. Sua parceira nesta fase preliminar foi a antropóloga Maíra Bühler, uma das diretoras do documentário “Elevado 3.5”, vencedor do Festival É Tudo Verdade em 2007.
Uma precondição para a entrada do diretor no filme foi a livre disposição do roteiro, já que se trata de uma ficção. “Só topei depois que a família concordou com esta liberdade. Afinal, o roteiro é baseado em fatos reais, mas bastante ficcionado em termos de juntar personagens, eventos e mexer com a cronologia”, observa Hamburger. O roteiro, que custou três anos de desenvolvimento, é assinado pelo próprio diretor, Anna Muylaert (diretora de “É Proibido Fumar”) e Elena Soárez.
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