domingo, 20 de junho de 2010

Preá em ritmo de tartaruga


Revista cultural patrocinada pela Fundação José Augusto tem seu terceiro número em três anos

O preá é aquele bichinho veloz e até parecido com um coelho, muito encontrado em terras rurais. Não é o caso da celeridade burocrática dos projetos culturais promovidos pela Fundação José Augusto. A Revista Preá é um exemplo. Após mais de um ano e meio da última publicação, uma nova edição será lançada hoje à noite em Arez. O município é tema da reportagem principal da revista.

A editora da publicação, a jornalista Mary Land Brito afirma que a licitação que envolveu um complicado processo jurídico prevê mais três edições. Segundo a sua estimativa, mais dois números serão lançados ainda este ano. Além do editorial, a revista manteve a tradicional diversidade cultural de temáticas e projeto gráfico mais moderno, visto nas últimas edições da Preá.

Segundo Mary Land, o motivo do intervalo incomum entre as duas publicações foi causado pela insistência do Governo em contratar um diagramador do quadro funcional do Estado, mesmo sem qualificação ou tempo disponível para esse tipo de trabalho gráfico. “Foi muito tempo para convencer do contrário, que precisaríamos de alguém com melhor condição para esse projeto”, lamenta a editora.

Mary Land disse que resolvido esse imbróglio com abertura de uma espécie de concurso informal onde vários diagramadores enviaram seus trabalhos para uma seleção, o processo licitatório foi “complicado”. Além da demora comum desse tipo de procedimento, como foi aberto para o Brasil inteiro por pregão eletrônico, houve muitos questionamentos e travou a celeridade do processo”, ressaltou Mary Land.

Além do mapeamento cultural do município de Arez, feito por Sílvio Santiago, outro destaque é a entrevista com o poeta, membro da Sociedade dos Poetas Vivos e Afins e personagem folclórico do Centro da Cidade, Pedro Grilo. A entrevista foi elaborada pela editora Mary Land Brito, que deixa a revista e entrega o leme ao novo comandante e atual assessor da FJA, o jornalista Carlos Alberto Barbosa.

O teatro vem bem representado nesta nova edição, com texto assinado pelo dramaturgo Racine Santos a respeito da ligação da família Wanderley com o universo teatral. A temática do cinema ficou sob responsabilidade de um dos diretores do Cineclube Natal, Nelson Marques, que aborda a ficção científica na sétima arte. A romanceira Dona Militana é tema de matéria do jornalista Ledson França.

A música vem representada pelo grupo Delicatto, nas letras de Michele Ferret, além do rapper Preto Bronx, em texto de Juliana Manzano. O mundo circense aparece em crônica de Norton Ferreira e matéria de Luiz Nepomuceno sobre a história do circo. O tradicional ensaio fotográfico da revista é assinado por vários fotógrafos partícipes do projeto Nas Pegadas de Lampião, promovido pelo Sebrae-RN.

A poesia que também marcou presença em todas as edições da Preá é pintada sob as letras e cores da dupla Yasmine Lemos e Venâncio Pinheiro, na sessão ArtePoesia, além da mostra do trabalho do poeta vencedor do último concurso de poesia Luís Carlos Guimarães, João Andrade. O poeta popular Bob Motta desta vez virou tema de matéria de José Augusto Costa Júnior.

O jornalista e cronista Vicente Serejo assina matéria sobre gastronomia em curiosa história sobre a origem do pirão – matéria já publicada em outra revista literária. Ainda matéria sobre os negros do RN, assinada por Camila Rodrigues, e os trabalhos realizados em prol da “cultura do bem”, do jornalista Flávio Rezende. E texto sobre galerias, do presidente da Associação dos Artistas Plásticos, Vitor Hugo.

3 x 3 = pouco
Esta edição de número 22 é a terceira publicada na atual gestão da FJA em quase quatro anos de gestão. As outras duas foram lançadas em 2008, além de uma edição promocional das ações da instituição, publicada no início de 2009. O primeiro número da revista foi editado em 2003. Naquele ano, foram quatro publicações editadas. No ano seguinte, em 2004, cinco números. Em 2005, outras seis. E em 2006, mais três.

A iniciativa do projeto, que figurou como um dos destaques na cultura em propagandas do Governo do Estado na primeira eleição, foi do ex-diretor geral da FJA, François Silvestre. Em sua gestão foram lançados 16 números da Preá. A professora Isaura Rosado publicou, em um ano, duas publicações em 2006 – já com visível desqualificação gráfica –, quando assumiu a Fundação.

O ano de 2007 passou em branco para a atual gestão, que decidiu pelo modelo da licitação para publicação das revistas. A demora do processo resultou nas três publicações em quase quatro anos, com novo modelo gráfico mais moderno e opção pelo mapeamento cultural de um, em vez de dois municípios potiguar por edição.

Exemplar
O lançamento da edição de número 22 da Preá, em Arez, contou com apresentação dos grupos populares Cangaço do Nordeste, de Luiz Carlos, o Pastoril de Maria Lúcia, o sanfoneiro Rosalvo da Silva e o cantor Galvão Filho, na praça da cidade, dentro das comemorações juninas. Para adquirir um exemplar gratuito da revista, basta passar na Fundação José Augusto (Rua Jundiaí, 641 – Tirol), das 9h às 13h.

Sepultamento de Dona Militana

As informações a respeito do velório, missa e sepultamento, informadas abaixo, me foram repassadas por Deífilo Gurgel. A jornalista Cinthia Lopes afirmou ter recebido da prefeitura de São Gonçalo que o velório seria na própria residência da romanceira. A essa hora - madrugada de domingo - só resta mesmo é lamentar a morte desta figura folclórica descoberta pelo mestre Deífilo. Triste também é já vislumbrar um enterro magro de pessoas, justo na véspera ou mesmo durante o jogo do Brasil pela Copa. Ora, se uma figura como Oswaldo Lamartine arrastou pouquíssimas pessoas ao seu sepultamento, imagine uma figura menos "proeminente", digamos, em época de Copa do Mundo e na distância de São Gonçalo.

Que fique, então, os registros do CD triplo - ideia brilhante de Dácio Galvão e Candinha Bezerra - com grande parte dos romances de Dona Militana. Também as entrevistas e matérias publicadas em jornais. Mais ainda a importância desta figura de simplicidade tão ingênua, que recebeu o reconhecimento público tardiamente graças à descoberta de Deífilo e o prestígio da atual gestão municipal de São Gonçalo, que lhe concedeu pensão vitalícia. Momento oportuno para lembrar de tantos outros mestres do folclore potiguar que vivem à míngua. Mestre Lucas, que por décadas comandou uma vertente de congada, é um deles, também de São Gonçalo. Sofre de um problema na perna e precisa de uma cirurgia de catarata.

Meus lamentos à família da romanceira e aos mestres que ainda esperam - se é que esperam - mais reconhecimento. Fico com as lembranças de uma manhã alongada, de papo solto de quintal, ao lado de dois valores imortais de nossa cultura: Deífilo e a filha de "seo" Anastácio Salustino, tão ingênua, tão brejeira tão doce e valente ao rir contido e ameaçar de peixeira. Se ela soubesse de sua dimensão cultural talvez caminhasse mais esguia e confiante, em vez do andar emborcado, com as mãos dadas para trás. Talvez fosse menos desconfiada, ciente da proteção necessária ao seu tesouro; ou se imaginasse em cenários glamourosos das jornadas que cantava. Mas fosse assim não seria tão Militana.

sábado, 19 de junho de 2010

O silêncio da romanceira


A romanceira Militana Salustino do Nascimento - considerada a maior romanceira do Brasil - morreu hoje à tarde em sua residência, em São Gonçalo do Amarante. O velório de Dona Militana será hoje à noite no teatro Poti Cavalcanti, em São Gonçalo. Amanhã, às 14h, haverá missa também no Teatro, seguida da cerimônia de seputamento.

matéria publicada em 10 de junho no Diário de Natal

Dona Militana Salustino sai do hospital com dores aos 85 anos e ainda inspira cuidados médicos

O romance de Dona Militana com a vida se tornou menos musical nos últimos dias. Desde domingo, a maior romanceira do Brasil está praticamente muda e sonolenta. As cantorias que um dia lhe renderam comenda nacional entregue pelas mãos do presidente Lula, em Brasília, estão cada vez mais restritas aos CDs já gravados com 33 raridades poéticas musicadas da Idade Média - época das Cruzadas. A guardiã deste tesouro medieval repassado pelo pai Atanásio Salustino durante a colheita na roça, escapou mais uma vez do hospital aos 85 anos, mas inspira cuidados.

Dona Militana chegou ao hospital da Hapvida após dormir o domingo inteiro e emendar com a segunda-feira, sem comer nada. Segundo a filha Benedita, exames de rotina constataram “pequena” infecção urinária. Os médicos rejeitaram motivos para internação e apenas passaram medicamentos para a dor. A romanceira voltou ontem à sua casa humilde, situada na comunidade Santa Terezinha, em São Gonçalo do Amarante, ainda com dores na perna, na cabeça e debilitada. “Ela saiu do hospital, mas não está muito bem. Os médicos disseram que está tudo normal”, disse a neta Lídia do Nascimento.

Segundo Lídia, as dores de cabeça são rotineiras desde quando Militana passou por uma angioplastia para desentupir artérias (90% estavam comprometidas) no dia em que completou 84 anos, em 19 de março. Outro motivo aparente são as conseqüências do fumo, que acompanhou a romanceira por décadas de vida e foi abolido quando da cirurgia. Desde então, Dona Militana sofre com faltas de oxigênio. “As dores na perna eu acredito que sejam pela falta de exercício. Ela gostava de caminhar pelo quintal. Mas há alguns dias só quer ficar deitada. Não agüenta nem ficar muito tempo sentada”, lamenta a neta.

Nem mesmo a mangueira onde Militana gostava de passar praticamente o dia, ao redor de patos, coqueiros e a visão do Oiteiro onde morou mais de 80 anos e insiste em querer voltar, ela sente vontade. Em abril de 2009, o Diário de Natal promoveu o encontro da romanceira com o folclorista Deífilo Gurgel, seu “descobridor”. Por trás das palavras rudes e das valentias relatadas quando a peixeira acompanhava a romanceira nas idas e vindas à roça ou à cidade para fazer feira, Militana guardava doçura. Ria envergonhada com a mão na boca, como quando Deífilo contou da viagem feita a Sergipe para um seminário sobre o romanceiro.

“Eu pedia para ela deixar de fumar o cachimbo no carro, mas não tinha jeito. Ela é geniosa”. Sentada na cadeira, Dona Militana cantava para ninguém ou para recordar. O olhar era atento a qualquer movimento nas redondezas do cercado. Nos olhos cismados, o retrato de quem viveu jornadas reais, sem as aventuras romanceadas que a tornaram famosas no Brasil. Naquela oportunidade, Deífilo Gurgel, acreditava na remota possibilidade do conhecimento de outros romances por Militana, hoje emudecido pela idade e pela saúde debilitada.

Arquivo vivo
O arquivo vivo do romanceiro ibérico guardado por Militana mereceu admissão na Ordem do Mérito Cultural na classe Cavaleiro das mãos do presidente Lula, em 3 de novembro de 2005. A comenda foi concedida a nomes como Oscar Niemeyer pela contribuição à cultura brasileira. Para dimensionar o porquê do merecimento há que mencionar a origem dos romances, datados dos primeiros séculos do milênio passado. Foram transmitidos oralmente e perpetuados pela memória popular. Na Espanha e Portugal ganharam maior projeção, chamado romanceiro ibérico.

Segundo Deífilo, ao Brasil foram trazidos cerca de 100 romances, alguns longos, com centenas de estrofes, os quais aproximadamente 50 foram descobertos e catalogados pelo folclorista. Destes, 33 pertencem ao conhecimento ruralista-medieval de Dona Militana. Alguns romances impressionam pela raridade. Caso do intitulado O Milagre do Trigo, cantado por Maria José (como é conhecida a romanceira no sítio Oiteiro, onde nasceu e morou até o ano passado).

Deífilo conversou com estudiosos do romanceiro do Brasil e exterior. Ninguém reconheceu o romance. Bráulio Nascimento, o papa do romanceiro no Brasil, conhecia em forma de conto popular, mas não versificado e cantado como foi gravado. O português J.J Dias Marques afirmou que na biblioteca da Universidade de Portugal há várias cópias, mas tudo em espanhol. Nada em português. “E Dona Militana sabia em versão muito bem conservada. Por aí vemos a grandeza dessa figura”, destacou Deífilo.

Durante a visita da reportagem naquela manhã, Dona Militana cantou versos inéditos. Segundo Deífilo, as palavras podem ser improvisação ou o início de algum romance desconhecido. Dizia a letra: “Irmão só sou assim por tua ingratidão. Dois palitos de angicos tiraram tua visão; tiraram sem dó tua visão”. A surpresa maior pelo ineditismo do verso deixou Deífilo anestesiado a princípio. E causou estranhamento também pela quebra de silêncio repentino. Militana estava para poucas conversas naquele dia. Contou feitos de valentia de sua infância pobre, longe dos atos heróicos da nobreza, das cavalarias, príncipes e jornadas dos romances que canta. E não quis cantar por motivo especial: “Quem canta de graça é galo para alegrar terreiro”, sapecou a romanceira contra a insistência de todos.

Potiguares comentam Saramago

Opinião de Nelson Patriota

Único na forma narrativa baseada na oralidade, Saramago também usou da postura de comunista ateu para criticar a democracia ocidental e as incongruências religiosas. Para o escritor e jornalista Nelson Patriota, dessa maneira Saramago ultrapassou as fronteiras da literatura portuguesa e foi ouvido, visto e lido pelo mundo. “Ele foge do modelo clássico de romancistas como Balzac, Dostoiévsky e tantos outros ao omitir opiniões e criar personagens do povo para mostrar e denunciar problemas da sociedade, como os valores da democracia. Ele foi uma espécie de advogado do diabo da literatura ocidental”, opina Nelson – leitor e crítico da obra completa do escritor português.

Nelson Patriota classifica como “sensível” a forma como Saramago aborda o tema da religiosidade em seus livros. “Em Caim, o personagem bíblico é vingativo, pede explicações a Deus; em O Evangelho segundo Matheus, há um Jesus que foge do martírio”. A legitimidade do Estado burguês também esteve sempre à prova sob o olhar de Saramago, segundo o jornalista: “Além do modelo inovador de escrita (em um bloco só de parágrafo), Saramago foi fundamental para o Século 20 por abrir os olhos da sociedade para problemas sérios e até então camuflados pelos falsos valores da declamada democracia vigente”.

Opinião de Pedro Lucas

O contista Pedro Lucas gostou, sobretudo, de O ano da morte de Ricardo Reis, Memorial do Convento, O Evangelho Segundo Jesus Cristo e A Caverna. “Saramago tem dificuldades no que tange à forma. Ele não é chegado ao parágrafo, e essa falta cansa. Mas era a 'voz' do Saramago, que se propunha a escrever de forma que trouxesse a reflexão filosófica e explorasse um certo surrealismo (vide Ensaio sobre a Cegueira, O Homem Duplicado, o próprio Evangelho Segundo Jesus Cristo) e comprometimento com uma corrente de escritores que vem pouco antes dele: Fernando Pessoa, José Régio, Miguel Torga, Agustina Bessa-Luís, enfim”.

Para Pedro, entre o Ensaio sobre a Cegueira até Caim, Saramago esteve mais reflexivo, “por isso mais chato”. “Às vezes acontecia um ou outro respiro de diversão. O problema do Saramago nesses últimos tempos é ele não ter percebido que era mais jornalista, mais crítico, o que seja, do que romancista. Achava mais legal o blog do Saramago. No saldo final, Saramago tinha propriedade na escrita, voz própria, e sempre foi um escritor de ideias. E quando ele cruza essas idéias, o seu uso próprio da vírgula e do parágrafo, junto com uma boa trama, ele era imbatível”, opina o contista.

* Publicado no Diário de Natal

Versos sabugienses


Professor João Quintino lança Cumpli-cidade: poemas para o meu lugar

Quando do quintal se consegue enxergar um universo múltiplo, as possibilidades de viagem aumentam. Mundos são criados dentro de pequeninos quarteirões e a poesia brota em pedaços íntimos de chão, espalhados em esquinas próximas, conhecidas. É isto que o poeta João Quintino de Medeiros Filho faz em Cumpli-cidade: poemas para o meu lugar (Editora Sebo Vermelho, 140 pág).

João Quintino é filho da pacata São João do Sabugi. É entusiasta daquelas paragens do Oeste potiguar, rica em cultura e limoeiros em cada esquina. Em cada verso poético do livro, uma alma sabugiense, uma identidade sertaneja nata. São poemas que exaltam a memória e delimitam geografias suspensas no ar e prontas para partirem a qualquer lugar destes mais cosmopolitas.

A feira, a parteira, a igreja matriz, a serra, a praça, o grupo escolar e um universo geográfico de cumplicidade íntima com o autor autoproclamado bairrista constroem uma obra figurativa como cancioneiro da presente São João do Sabugi. Oito ilustrações do artista plástico Assis Marinho – também filho do lugar – enriquecem o livro e a memória artística visual da cidade.

O livro foi lançado ontem na Praça Antônio Quintino de Araújo, em São João do Sabugi. Na obra, 32 poemas agrupados em capítulos temáticos: Nomes, Datas, Anônimos, Lugares e Epílogo. No poema intitulado 1948, o autor escreve:

O lugar

tímido
também
moroso

modesto
porém
túmido

ocluso
também
cândido

cômodo
porém
obtuso

incerto
também
ignoto

oculto
porém
liberto

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Comentário inútil 13

Pelé tem lá sua semelhança com Renato Russo: ambos são gênios em suas artes e idiotas quando comentam as tais. Sou entusiasta da carreira de Pelé - nunca "do Edson". E achei muito bacana esse curta-metragem intitulado "1284". São mais de 5 minutos de duração. O produtor executivo é ninguém menos que o cineasta Fernando Meirelles - aquele de Ensaio sobre a cegueira e Cidade de Deus. Lógico, antes de tudo é uma propaganda da Vivo. Mas muito interessante. A propaganda leva o telespectador a uma situação surreal: o Rei do Futebol, aos 70 anos de idade, de volta aos gramados para realizar um grande sonho: marcar um último gol com a camisa da Seleção Brasileira. E sobre a Argentina!

O filme “1284” mostra um fim mais nobre na seleção para Pelé do que um último gol, até então, pelo New York Cosmos, contra o Santos, em 1977, no Giants Stadium, nos Estados Unidos. O cenário escolhido para o momento antológico foi o Estádio do Morumbi, em São Paulo. Essa super produção mobilizou uma estrutura cinematográfica de 250 profissionais e mais de 500 pessoas no elenco. Também foram escalados alguns jogadores profissionais e vários ícones do esporte e do jornalismo brasileiro como Rivellino, Carlos Alberto Torres, Orlando Duarte e Osmar de Oliveira. O encerramento fica por conta do letreiro “Ele fez 1.283 gols por nós. Ele merecia que a gente fizesse esse por ele. Obrigado, Pelé”. Alguma semelhança com a célebre frase "Ele morreu por nós", para justificar o martírio de Jesus Cristo, não é mera coincidência, penso.

Para ver basta clicar AQUI

Rumo ao hexa e ao sabor do vento

Programação musical do São João municipal

Segue abaixo a programação musical dos festejos juninos da área de lazer do conjunto Panatis I. A atração do dia 27/06 ainda está indefinida, segundo a Funcarte, e neste dia e (no dia 26) será cobrada uma taxa de R$ 5 e um quilo de alimento. Se trata da PPP, Parceria Pública Privada, firmada entre o poder público municipal e empresários musicais. Cabe aos empresários firmar o contrato com as empresas que estão montando a estrutura física no local, como palco, banheiros químicos, arquibancadas, piso, entre outros detalhes que compõe a montagem do arraia. Em contra partida, nos dias 27 e 28 será cobrada os R$ 5 e a doação de alimento não perecível para ter acesso ao arraia. O dinheiro arrecado será para o pagamento da montagem da estrutura e o alimento será doado pela Funcarte à instituição de caridade. Nos outros 10 dias de festa a entrada será gratuita.

PROGRAMAÇÃO MUSICAL
Local: Espaço Cultural Francisco das Chagas Bezerra de Araújo
Área de Lazer do Panatis
Período: 18 a 29 de junho 2010.

Dia 18-06 (Sexta-feira)
Abertura do Natal Forró da Gente
18h00- Concurso de Quadrilha
Trio Sanfoneiro
Tetê Pessoa
Kelly Wange

Dia 19-06 (Sábado)
18h00- Concurso de Quadrilha
Trio Sanfoneiro
Fadja Lorena
Asa Branca

Dia 20-06 (Domingo)
18h00- Concurso de Quadrilha
Ônibus do Forró
Traz a Massa
Collo de Menina

Dia 21-06 (Segunda-feira)
18h00- Concurso de Quadrilha
Forró na Raça
Forrozão Rastro de Menina
Rita de Cássia

Dia 22-06 (Terça-feira)
18h00- Concurso de Quadrilha
Cipó de Brocha
Cavalo de Aço
Art Gueto do Forró

Dia 23-06 (Quarta-feira)
18h00- Concurso de Quadrilha
FORRAÇO
CPI do Forró
Forasteiros do Forró

Dia 24-06 (Quinta-feira)
18h00- Concurso de Quadrilha
FORRAÇO
Trio de Sanfoneiro
Panka de Bakana
Banda Detroit

Dia 25-06 (Sexta-feira)
18h00- Concurso de Quadrilha
Trio Sanfoneiro
Krystal e Banda
Forró Namanha

Dia 26-06 (Sábado)
18h00- Concurso de Quadrilha
FORRAÇO
Antônio de Pádua
Forró Selado
Forró Ressaka

Dia 27-06 (Domingo)
18h00- Concurso de Quadrilha
Promoção Privada

Dia 28-06 (Segunda-feira)
Promoção Privada:
Ferro na Boneca
Grafith

Dia 29-06 (Terça-feira)
Encerramento do Natal Forró da Gente
18h00- Concurso de Quadrilha
Premiação das quadrilhas vencedoras
Trio de Forró
Forró Cubano
Forró Loucura

Feiúra condenada em 3º grau

Por Thiago Perin
no site da Super Interessante

Um tribunal é o último lugar onde você espera ser julgado pela aparência, né? Mas eis que, assim como o amor é cego, a justiça às vezes também pode ser. Um estudo da Universidade de Cornell, em Nova Iorque (EUA), mostrou que réus pouco atraentes (desligando o filtro politicamente correto: leia-se feios) têm 22% mais probabilidade de serem condenados do que réus bonitões. E ainda recebem sentenças mais duras: em média, 22 meses a mais na prisão.

O estudo analisou as reações de 169 estudantes de psicologia (jurados em potencial e instruídos a agir como tal) a casos reais, completos com perfil e foto dos acusados. Quando as evidências contra o réu eram fortes, a aparência não teve influência significativa. Mas quando havia ambiguidades e “buracos” nos casos, os réus de rostinho bonito tinham mais chance de serem absolvidos de cara pelos jurados. Veja mais sobre a pesquisa aqui.

Rosa de Pedra hoje na Globo

Fechado para reforma e aberto ao diálogo


Teatro Alberto Maranhão fecha para reforma e inicia discussão para novos projetos e pautas

As primeiras ações da nova diretora do Teatro Alberto Maranhão mostram mudanças esperadas pela classe artística. Reformas na iluminação e sonorização são as medidas urgentes, mas Ivonete Albano quer mais e promete novos critérios para reserva de pautas. Uma das metas da diretora é a implementação de edital para ocupação de espaços, responsável pelo crivo a espetáculos ditos comerciais ou pejorativamente chamados de “caça-níqueis”.

Com um mês de gestão, Ivonete decidiu fechar o TAM para reformas urgentes. Entre 28 de junho e 9 de julho, o Teatro receberá novos equipamentos de luz, som e palco. Durante o período, ela prometeu convocar grupos de dança, companhias teatrais e músicos para iniciar conversas a respeito da montagem de projetos para ocupação do Salão Nobre do TAM e começar a discussão em torno da implementação do edital para ocupação de pautas.

“Esse edital já existe em teatros municipais do eixo Rio-São Paulo. Funciona como uma curadoria para estabelecer melhor critério na reserva de pautas para o Teatro. É uma questão delicada. Todo julgamento é injusto posto que subjetivo. O que é bom pra mim pode ser ruim pra você. Mas é uma forma democrática e criteriosa para conceder mais qualidade aos espetáculos apresentados no Teatro”, disse a diretora.

E uma das preocupações de Ivonete é qualificar os espetáculos de teatro infantil oferecidos aos domingos, sempre com muita demanda. Segundo ela, o domingo continuará reservado aos shows para crianças. “A discussão é na qualidade do que está sendo oferecido. Nisso a reclamação dos artistas e público tem razão. Não pode haver só o intuito comercial sem benefício pedagógico ou cultural ao público. São aspectos como esses que o edital poderá ajudar”.

A volta do Auxílio Montagem é outra meta estipulada pela nova gestão do TAM. O edital criado em 2005, na gestão de Hilneth Correia, e suspenso já em 2006 prevê benefícios anuais para grupos de teatro montarem novas produções e negociarem pautas no Teatro. A intenção inicial é de reformulação do edital a partir de conversas com a classe artística.

A questão mais polêmica e criticada na administração anterior de Hilneth Correia era a reserva de pautas tida como prioritária aos espetáculos nacionais e fechada para artistas potiguares. Ivonete disse já ter iniciado uma revisão nesse quesito. Segundo a diretora, as renegociações têm sido revisadas. É que a pauta está lotada até o fim do ano, mas muito são reservas não-confirmadas que muitas vezes ocupa a pauta e desiste próximo à data da apresentação.

Ivonete tem cobrado as confirmações para o caso de desistência ceder o espaço com antecipação para os grupos locais ou projetos da Fundação José Augusto, como a vinda de uma orquestra sinfônica paulista por convite do Instituto Waldemar de Almeida, em apresentação gratuita, que encontrava dificuldades de reservar pauta no TAM. “Este mês mudamos de quatro a cinco vezes a pauta por causa dessas confirmações e desistências”, frisou.

A diretora ressalta que a prioridade é a reforma de iluminação e som. A previsão é que em agosto o TAM esteja apto a receber espetáculos já com os novos equipamentos de luz instalados, sem a necessidade de aluguel de equipamento terceirizado. “Era uma parada para reforma já prevista no calendário do Teatro. Será bom para dar mais segurança e qualidade aos espetáculos e ao público”. Outra novidade será a reinauguração da loja do Teatro, fechada há meses.

A reclamação de músicos quanto à qualidade do som para shows mais produzidos, Ivonete retruca a argumentação. Segundo ela, em nenhum teatro no Brasil há equipamentos de sonorização adequados a grandes produções musicais. “Teremos estrutura apropriada para shows com um ou dois instrumentos, voltados a um show intimista, para teatro. É assim em qualquer teatro do Brasil”. A diretora já abriu processo para adquirir novas caixas de retorno, microfone e outros equipamentos.

Festival Agosto de Teatro
O TAM abrigará este ano parte das apresentações do Festival Agosto de Teatro, antes restrito apenas ao apertado Teatro de Cultura Popular Chico Daniel. Segundo Ivonete, os três espetáculos diários do Festival serão divididos entre o TAM, o TCP e os jardins do Palácio da Cultura (teatro de rua). As apresentações alternativas serão encenadas nas sedes dos grupos Facetas, Mutretas e Outras Histórias e a companhia Artes e Traquinagens. O Festival acontecerá entre 7 e 14 de agosto.

Currículo
Ivonete Albano assumiu a diretoria do TAM em 26 de maio, após a exoneração de Hilneth Correia, que administrou o Teatro por sete anos. Os motivos da demissão apontados pelo diretor geral da Fundação José Augusto, Crispiniano Neto, foram os excessos de espetáculos nacionais sem qualificação e uma carta escrita pela antiga diretora colocando seu cargo à disposição da governadoria. O currículo de Ivonete Albano é preenchido por 30 anos de vida dedicados ao teatro, incluso a gestão do Sandoval Wanderley. Ivonete permanece à frente do TAM pelos próximos seis meses.

Pensar, pensar

Por José Saramago
em Caderno de Saramago
* Última postagem do blog

Junho 18, 2010 por Fundação José Saramago

"Acho que na sociedade actual nos falta filosofia. Filosofia como espaço, lugar, método de refexão, que pode não ter um objectivo determinado, como a ciência, que avança para satisfazer objectivos. Falta-nos reflexão, pensar, precisamos do trabalho de pensar, e parece-me que, sem ideias, nao vamos a parte nenhuma".

Revista do Expresso, Portugal (entrevista), 11 de Outubro de 2008

Futebol, música e arte no Bardallo's

A dupla de DJs, pesquisadores musicais e colecionadores de discos de vinil, Jão MeuBem e Ugo Senhagah, do projeto Samba Ben Futebol Clube, animarão a Feijoada da Copa no Bardallo’s Comida & Arte, antes e depois do jogo do Brasil contra a Costa do Marfim, tocando músicas de referências futebolísticas. O torcedor ainda terá oportunidade de ver a exposição coletiva Futebol & Arte, com 11 renomados artistas plásticos natalenses.

Amantes da música e do futebol, Jão MeuBem e Ugo Senhagah perceberam que o esporte é um tema recorrente à música brasileira. Resolveram, então, aproveitando a Copa do Mundo, promover reuniões musicais futebolísticas, selecionando discos raros de vinil, filmes de todos os Campeonatos Mundiais e documentários sobre futebol.

A dupla apresenta músicas de Pixinguinha (1x0), Jackson do Pandeiro (1x1), Luiz Gonzaga (Siri Jogando Bola), Gonzaguinha (Se Meu Time Não Fosse Campeão), Jorge Ben (Goleiro, Zagueiro, Fio Maravilha, Umbabarauma, Camisa 10 da Gávea), Chico Buarque, (O Futebol), Moreira da Silva (Pé e Bola), Elis Regina (Meio de Campo) e Dosinho (O Mais Querido), entre outros grandes nomes da nossa música.

Samba Ben Futebol Clube é uma menção a Jorge Ben, a maior referência da música futebolística no Brasil, e ao samba, o gênero que mais tocou o futebol. Enquanto os vinis rodam, numa tabelinha de toca-discos, imagens de copas antigas serão projetadas, mostrando a arte do futebol em todos os tempos.

Feijoada da Copa
Onde? Bardallo’s Comida & Arte. Rua Gonçalves Lêdo, 678. Cidade Alta.
Quando? domingo
Hora? 14h
Quanto? R$ 6

Crepúsculo lançado neste sábado em Natal

Maior febre literária desde Herry Potter, a série Crepúsculo, da escritora norte-americana Stephenie Meyer, foi publicada em diversos países e chegou às telas de cinema de todo o mundo. Quase dois anos após a publicação do último livro da saga nos Estados Unidos, a autora surpreendeu seus fãs com o notícia de um novo título da série: “A Breve Segunda Vida de Bree Tanner – Uma História de Eclipse”.

A nova obra chegou às livrarias brasileiras em 5 de junho, data em que o título foi lançado nos EUA. Para celebrar a chegada do livro, 13 cidades brasileiras promoverão um evento de lançamento, em parceria com a editora Intrínseca, neste sábado. Em Natal, o evento será promovido pela livraria Siciliano e o fã-clube Up! Brasil, no Natal Shopping, na antiga loja da Hering, às 18h.

A data para a realização do evento não foi escolhida por acaso. Dia 19 é véspera do aniversário do vampiro Edward, um dos personagens principais da série, vivido nas telas de cinema por Robert Pattinson.

Os fãs poderão entrar um pouco no mundo sombrio dos vampiros e participarão de brincadeiras e jogos, concorrendo a brindes exclusivos da série, inclusive o novo livro, além de assistirem vídeos exclusivos e se vestirem como os personagens da série para tirarem fotos. O ingresso do evento será vendido na hora e terá o preço de R$ 2.

Nota de pesar pela morte de Saramago

Por Juca Ferreira
Ministro da Cultura

Lisboa, 18 de junho de 2010 - O escritor José Saramago mantinha relações privilegiadas com o Brasil. Esteve presente em diversos eventos literários no país e se tornou muito popular antes mesmo de conquistar o Prêmio Nobel. Em romances como “O Ano da Morte de Ricardo Reis”, o Brasil faz parte das reflexões do grande escritor.

A sua perda é recebida com muita tristeza, particularmente pelos que têm apreço pela língua portuguesa e por sua importância cultural em tantos continentes.
O Ministério da Cultura do Brasil se soma aos que lamentam e manifestam a dor pela perda desse grande escritor.