sábado, 19 de junho de 2010

Versos sabugienses


Professor João Quintino lança Cumpli-cidade: poemas para o meu lugar

Quando do quintal se consegue enxergar um universo múltiplo, as possibilidades de viagem aumentam. Mundos são criados dentro de pequeninos quarteirões e a poesia brota em pedaços íntimos de chão, espalhados em esquinas próximas, conhecidas. É isto que o poeta João Quintino de Medeiros Filho faz em Cumpli-cidade: poemas para o meu lugar (Editora Sebo Vermelho, 140 pág).

João Quintino é filho da pacata São João do Sabugi. É entusiasta daquelas paragens do Oeste potiguar, rica em cultura e limoeiros em cada esquina. Em cada verso poético do livro, uma alma sabugiense, uma identidade sertaneja nata. São poemas que exaltam a memória e delimitam geografias suspensas no ar e prontas para partirem a qualquer lugar destes mais cosmopolitas.

A feira, a parteira, a igreja matriz, a serra, a praça, o grupo escolar e um universo geográfico de cumplicidade íntima com o autor autoproclamado bairrista constroem uma obra figurativa como cancioneiro da presente São João do Sabugi. Oito ilustrações do artista plástico Assis Marinho – também filho do lugar – enriquecem o livro e a memória artística visual da cidade.

O livro foi lançado ontem na Praça Antônio Quintino de Araújo, em São João do Sabugi. Na obra, 32 poemas agrupados em capítulos temáticos: Nomes, Datas, Anônimos, Lugares e Epílogo. No poema intitulado 1948, o autor escreve:

O lugar

tímido
também
moroso

modesto
porém
túmido

ocluso
também
cândido

cômodo
porém
obtuso

incerto
também
ignoto

oculto
porém
liberto

Nenhum comentário:

Postar um comentário