domingo, 20 de junho de 2010

Preá em ritmo de tartaruga


Revista cultural patrocinada pela Fundação José Augusto tem seu terceiro número em três anos

O preá é aquele bichinho veloz e até parecido com um coelho, muito encontrado em terras rurais. Não é o caso da celeridade burocrática dos projetos culturais promovidos pela Fundação José Augusto. A Revista Preá é um exemplo. Após mais de um ano e meio da última publicação, uma nova edição será lançada hoje à noite em Arez. O município é tema da reportagem principal da revista.

A editora da publicação, a jornalista Mary Land Brito afirma que a licitação que envolveu um complicado processo jurídico prevê mais três edições. Segundo a sua estimativa, mais dois números serão lançados ainda este ano. Além do editorial, a revista manteve a tradicional diversidade cultural de temáticas e projeto gráfico mais moderno, visto nas últimas edições da Preá.

Segundo Mary Land, o motivo do intervalo incomum entre as duas publicações foi causado pela insistência do Governo em contratar um diagramador do quadro funcional do Estado, mesmo sem qualificação ou tempo disponível para esse tipo de trabalho gráfico. “Foi muito tempo para convencer do contrário, que precisaríamos de alguém com melhor condição para esse projeto”, lamenta a editora.

Mary Land disse que resolvido esse imbróglio com abertura de uma espécie de concurso informal onde vários diagramadores enviaram seus trabalhos para uma seleção, o processo licitatório foi “complicado”. Além da demora comum desse tipo de procedimento, como foi aberto para o Brasil inteiro por pregão eletrônico, houve muitos questionamentos e travou a celeridade do processo”, ressaltou Mary Land.

Além do mapeamento cultural do município de Arez, feito por Sílvio Santiago, outro destaque é a entrevista com o poeta, membro da Sociedade dos Poetas Vivos e Afins e personagem folclórico do Centro da Cidade, Pedro Grilo. A entrevista foi elaborada pela editora Mary Land Brito, que deixa a revista e entrega o leme ao novo comandante e atual assessor da FJA, o jornalista Carlos Alberto Barbosa.

O teatro vem bem representado nesta nova edição, com texto assinado pelo dramaturgo Racine Santos a respeito da ligação da família Wanderley com o universo teatral. A temática do cinema ficou sob responsabilidade de um dos diretores do Cineclube Natal, Nelson Marques, que aborda a ficção científica na sétima arte. A romanceira Dona Militana é tema de matéria do jornalista Ledson França.

A música vem representada pelo grupo Delicatto, nas letras de Michele Ferret, além do rapper Preto Bronx, em texto de Juliana Manzano. O mundo circense aparece em crônica de Norton Ferreira e matéria de Luiz Nepomuceno sobre a história do circo. O tradicional ensaio fotográfico da revista é assinado por vários fotógrafos partícipes do projeto Nas Pegadas de Lampião, promovido pelo Sebrae-RN.

A poesia que também marcou presença em todas as edições da Preá é pintada sob as letras e cores da dupla Yasmine Lemos e Venâncio Pinheiro, na sessão ArtePoesia, além da mostra do trabalho do poeta vencedor do último concurso de poesia Luís Carlos Guimarães, João Andrade. O poeta popular Bob Motta desta vez virou tema de matéria de José Augusto Costa Júnior.

O jornalista e cronista Vicente Serejo assina matéria sobre gastronomia em curiosa história sobre a origem do pirão – matéria já publicada em outra revista literária. Ainda matéria sobre os negros do RN, assinada por Camila Rodrigues, e os trabalhos realizados em prol da “cultura do bem”, do jornalista Flávio Rezende. E texto sobre galerias, do presidente da Associação dos Artistas Plásticos, Vitor Hugo.

3 x 3 = pouco
Esta edição de número 22 é a terceira publicada na atual gestão da FJA em quase quatro anos de gestão. As outras duas foram lançadas em 2008, além de uma edição promocional das ações da instituição, publicada no início de 2009. O primeiro número da revista foi editado em 2003. Naquele ano, foram quatro publicações editadas. No ano seguinte, em 2004, cinco números. Em 2005, outras seis. E em 2006, mais três.

A iniciativa do projeto, que figurou como um dos destaques na cultura em propagandas do Governo do Estado na primeira eleição, foi do ex-diretor geral da FJA, François Silvestre. Em sua gestão foram lançados 16 números da Preá. A professora Isaura Rosado publicou, em um ano, duas publicações em 2006 – já com visível desqualificação gráfica –, quando assumiu a Fundação.

O ano de 2007 passou em branco para a atual gestão, que decidiu pelo modelo da licitação para publicação das revistas. A demora do processo resultou nas três publicações em quase quatro anos, com novo modelo gráfico mais moderno e opção pelo mapeamento cultural de um, em vez de dois municípios potiguar por edição.

Exemplar
O lançamento da edição de número 22 da Preá, em Arez, contou com apresentação dos grupos populares Cangaço do Nordeste, de Luiz Carlos, o Pastoril de Maria Lúcia, o sanfoneiro Rosalvo da Silva e o cantor Galvão Filho, na praça da cidade, dentro das comemorações juninas. Para adquirir um exemplar gratuito da revista, basta passar na Fundação José Augusto (Rua Jundiaí, 641 – Tirol), das 9h às 13h.

Um comentário:

  1. e não esqueçam da MACAMBIRA, o verdadeiro motel de preá.
    pepaconha

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