quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

O Cinema Novo e o cinema potiguar

Antes de mais declarações polêmicas acerca do cinema, uma pequena apresentação do cineasta Rui Lopes: dirigiu os curtas-metragens: Recanto de Guerra, Chuva do Caju e João de Barro, patrocinados por leis de incentivos à cultura do Rio Grande do Norte. A primeira produção permanece inacabada por corte de patrocínio. Outros dois – já com 80% filmados – também esperam mais verba para conclusão. Rui Lopes foi premiado com o 2º lugar no concurso Hugo Moss de roteiros/RJ em 2004 pelo curta-metragem A Volta por Cima; Ministério da Cultura em 2006 pelo longa-metragem A Ponte Sem Fim; e Ministério da Cultura em 2008 com o curta-metragem Cabra de Peia. Este último, com previsão de lançamento em fevereiro de 2010. Se confirmada a previsão, será o primeiro curta-metragem filmado em 35 milímetros a ser lançado no Rio Grande do Norte.

Rui Lopes ganhou a mídia local no ano passado após declarações polêmicas e críticas à produção cinematográfica potiguar e brasileira durante o período do Cinema Novo, publicadas no Diário de Natal. As opiniões permanecem ácidas: “Não podemos desperdiçar R$ 80 mil para produzir longas-metragens porque o Rio Grande do Norte ainda carece de equipes competentes à produção de bons roteiros. Sequer temos fotógrafos de cinema. Melhor empregar em curtas e se qualificar gradativamente para produções maiores”. A respeito do Cinema Novo, Rui afirma que o diretor Glauber Rocha nunca leu um livro de cinema, mas dizia coisas que ninguém conseguia dizer. E cita a recente frase do cineasta francês Claude Delouch, de 80 anos, para traçar um comparativo: “A maior importância da Nouvelle Vague foi nos ensinar tudo o que não deve ser feito no cinema”.

Um comentário:

  1. Eu quero saber de onde Rui Lopes tirou esta informação que Glauber Rocha nunca leu um livro de cinema. Eu sei que o mestre de Glauber na Bahia em assuntos cinematográficos, o Dr. Walter da Silveira, dispunha de uma senhora biblioteca com títulos sobre cinema e de uma imensa coleção da Cahiers du Cinema. Segundo um ator baiano, Gildásio Leite, que conheceu Glauber e é amigo de muitas pessoas que o circulava, Glauber tinha os escritos de Einsenstein como verdadeiros textos sagrados. Como eu não tenho nenhuma fonte mais segura, não posso dar certeza, mas penso que Glauber Rocha era uma pessoa superinformada sobre a teoria cinematográfica.

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