sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Entrevista - Jomardo Jomas (do Mada)


Se algumas músicas são cheias de gorduras trans e prejudicam a digestão dos tímpanos, outras alimentam a alma por pelo menos um segundo. E não importa se as guitarras são sujas e os sintetizadores causem algum estranhamento. A música é boa ao seu modo e cabe a experimentação. Quem deseja ousar, descobrir novos sons, começa hoje a 11ª edição do festival Música Alimento da Alma (Mada). E pela primeira vez, na versão compacta e mais dinâmica. Serão dois dias musicais entoados pela cadência regueira, pelos tambores viscerais do Mangue Beat, hip hop, pelo rock indie ou o pop in.

Desde a primeira edição no distante ano de 1998 foi assim: uma salada de ritmos e bandas estranhas ao público presente no Largo da Rua Chile, na Ribeira. No bairro histórico ou na Arena mais elitizada do Imirá (Via Costeira), a partir de 2004, a proposta do festival se manteve: abrir espaço para bandas novas. E foi assim que muitos dos partícipes despontaram no cenário nacional anos depois. A montagem do line-up deste ano aposta em algumas promessas de sucesso musical no eixo-maravilha do Sul, a exemplo da baiana Pitty – atração nas primeiras edições do Mada e que mais se tornou figurinha carimbada na MTV.

As apostas para este ano do produtor e idealizador do evento, Jomardo Jomas, inclui uma banda local e outra promessa surgida em Curitiba. Na entrevista a seguir, Jomardo conta alguns porquês da redução de três para dois dias, os motivos da mudança de datas e a redução inédita de orçamento.

Entrevista - Jomardo Jomas

Qual a maior conquista do Mada nestes 11 anos de evento?
Do primeiro ao último ano a ideia foi abrir espaço para novas bandas. Mantemos e manteremos essa proposta. A mudança é que, com o crescimento do festival, agregamos atrações nacionais ao evento e aumento das bandas locais. Ainda assim, 70% das participações são de bandas desconhecidas à maioria do público.

Como foi a logística de produção nas primeiras edições se comparada à de hoje?
O crescimento foi ano a ano e o aumento no orçamento foi considerável. Nas três primeiras edições tiramos dinheiro do nosso bolso. Um dos fatores fundamentais para este crescimento foram as leis de incentivo cultural que facilitaram a captação de recursos junto às empresas.

Outras mudanças como a redução dos dias de evento se deveu à queda no orçamento?
Quando comemoramos os 10 anos do evento já pensamos em um formato mais dinâmico e diminuir para dois dias. Com a redução do orçamento essa mudança foi forçada, mas já pensávamos nisso. Dessa maneira o público fica menos cansado com três dias de evento e comparece mais. E é também mais viável à coordenação do festival.

A captação de recursos pelo Mada através da Lei Câmara Cascudo era das maiores, próximo aos 400 mil? A redução foi de quanto?
A lei foi aprovada este ano com redução de orçamento e dificultou para nós a captação da mesma quantia junto às empresas. No ano anterior o orçamento foi de R$ 440 mil. Este ano reduziu para R$ 310 mil – uma diminuição significativa de quase 30.

Quais suas apostas de bandas participantes do evento deste ano com possibilidade de despontarem no cenário nacional?
A DuSouto (banda local capitaneada por Gustavo Lamartine e com Cd recentemente lançado, intitulado Malokero High Society) e a Copacabana Club (banda de pop-rock do Paraná).

E o porquê da mudança de datas? Houve a primeira quando passou de maio para agosto. Agora será em outubro...
Primeiramente procuramos fugir das chuvas de maio, mas encontramos os ventos de agosto e a possibilidade, mesmo menos, também das chuvas. Acho que outubro é o mês ideal: início do verão, tempo bom. Vamos firmar o evento, nos próximos anos, para este mês. A não ser que o Mada puxe as chuvas para outubro (risos).


Programação:

Hoje
20h30 – Carcará na Viagem (RN)
21h – MC Priguissa (RN)
21h30 – Calistoga (RN)
22h – Sick Life (RN)
22h30 – DuSouto (RN)
23h – Fungos Funk (MG)
23h30 – Chico Antronic Embola Dub (RN/SP)
0h – Natirutz (DF)
1h20 – Marcelo D2 (RJ)

Sábado
20h30 – Nublado (PB)
21h – Ganeshas (RJ)
21h30 – Tricor (RN)
22h – Sonic Júnior (AL)
22h30 – Lenzi Brothers (SC)
23h – Copacabana Club (PR)
23h40 – Ana Cañas (SP)
0h20 – Pitty (BA)
1h40 – Nação Zumbi e Otto (PE)

Festival Música Alimento da alma (Mada 2009)
Quando: Hoje e amanhã
Onde: Arena do Imirá, Via Costeira (Natal)
Ingressos à venda nas lojas Ecológica
Preços:
Individual R$ 20 (estudante) e clientes
da operadora Claro/Sony Ericcson
Temporada R$ 35 (estudante) e clientes Claro

* Entrevista publicada, em parte, nesta sexta-feira no Diário de Natal. Aqui, está na íntegra.

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