segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Aos pássaros livres

por Augusto Lula
em comentário no Substantivo Plural

O mundo ainda não se resume somente a internet. Ainda existem textos em papel e filmes no cinema e no DVD e conversas não virtuais. Bom você dizer o que está lendo e vendo e conversando. Também tenho uma pilha de coisas pra ler, escrever, conversar etc. É hora de lembrar Mallarmé:

A carne é triste, sim, e eu li todos os livros.
Fugir! Fugir! Sinto que os pássaros são livres,
Ébrios de se entregar à espuma e aos céus imensos.
Nada, nem os jardins dentro do olhar suspensos,
Impede o coração de submergir no mar
Ó noites! nem a luz deserta a iluminar
Este papel vazio com seu branco anseio,
Nem a jovem mulher que preme o filho ao seio.
Eu partirei! Vapor a balouçar nas vagas,
Ergue âncora em prol das mais estranhas plagas!

Um Tédio, desolado por cruéis silêncios,
Ainda crê no derradeiro adeus dos lenços!
E é possível que os mastros, entre as ondas más,
Rompam-se ao vento sobre os náufragos, sem mas-
Tros, sem mastros, nem ilhas férteis, a vogar…
Mas, ó meu peito, ouve a canção que vem do mar!

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