por Alex Gurgel
presidente da Aphoto, no blog Grande Ponto
Na posição de Presidente da Associação Potiguar de Fotografia (Aphoto), publiquei uma Nota de Repúdio com o título “fotógrafo é agredido por procuradora federal”, contando a versão do fotógrafo Júlio Rasec quanto a um fato ocorrido no Parque das Dunas onde este relatou a ocorrência de um suposto abuso de autoridade. Como jornalista, eu me arrependo de não ter escutado a versão do outro lado, no caso a Procuradora da República Cibele Benevides da Fonseca.
Na qualidade de cidadão, peço desculpas públicas a Cibele Benevides pelos constrangimentos causados pela Nota de Repúdio, na sua família, no ambiente de trabalho e na sociedade natalense, uma vez que somente em juízo tomei conhecimento de sua versão.
Visivelmente emocionada, a Procuradora falou que, após uma caminhada no Parque das Dunas, ela e seu esposo pararam para alimentar a filha pequena, quando ele questionou-lhe se a cena que presenciava seria “autorizada pela Justiça”. A cena em questão era o fotógrafo Julio Rasec fotografando duas adolescentes com traços infantis que posavam com roupas curtas, do tipo top e shorts, uma delas vestindo uma indumentária similar a uma cinta-liga.
“Depois de várias poses, as adolescentes passaram a sentar no chão, levantando e abrindo as pernas. Então, eu perguntei ao fotógrafo qual seria o destino de tais fotos”, declarou Cibele Benevides. Nesse momento, de acordo com a Procuradora, o fotógrafo ficou irritado e perguntou quem era ela para interromper o seu trabalho.
Cibele Benevides explicou que a cena chamou sua atenção pelo fato de as meninas serem, visivelmente, menores de 18 anos. “Nessa condição, as fotos seriam totalmente inapropriadas”, disse Cibele, ressaltando que o fotógrafo Julio Rasec disse contar com a autorização das mães das menores (que não estavam presentes na hora), e, ato contínuo, chamou a procuradora de “burra” por, supostamente, não entender de Arte. Além disso, o fotógrafo proferiu palavras de baixo calão, bem como ameaças à Procuradora e, depois, ao seu esposo.
Nesse momento, o marido da Procuradora, Raphael Carvalho, resolveu procurar a Polícia Militar, que possui uma Companhia Florestal no interior do Parque. O fotógrafo chegou ao Posto acompanhado de um rapaz que contracenara com as adolescentes, além dessas e de uma senhora que se dizia mãe de uma das meninas. Também compareceram ao Posto da PM, a Procuradora e a Senhora Ana Cristina, uma advogada que a tudo testemunhara, às quais foi solicitada a identificação.
Requisitada a informar sua qualificação, a Procuradora da República optou por fornecer seu endereço profissional como forma de resguardar seu endereço residencial, diante da situação que acontecia. Cibele Benevides afirma que apenas nesse instante, o fotógrafo Júlio Rasec, os presentes e os policiais souberam o cargo por ela desempenhado, demonstrando assim que não houve qualquer tipo de abuso de autoridade. “É importante ressaltar que durante todo o depoimento das pessoas presentes, o fotógrafo manteve o equipamento fotográfico no seu colo, não tendo ninguém tocado na câmera”, relatou Cibele, em ação criminal proposta por ela, ressaltando que após prestar os esclarecimentos solicitados no Posto da PM, e como já se aproximava das 18h, a Procuradora e sua família deixaram o Parque, colocando-se à disposição das autoridades.
Ao publicar aquela nota sem conhecer sua versão cometi o erro de dizer que a procuradora abusou de sua autoridade, o que, absolutamente, não aconteceu, nem reavaliando a versão do fotógrafo Júlio Rasec, além de citar erroneamente, que a mesma agiu por ciúmes, tentou arrancar a câmera e xingou as meninas. Nada disso ocorreu. No intuito de defender minha classe, fui passional e cometi graves injustiças a Cibele Benevides e, ainda, exigi desculpas públicas da mesma, quando, na verdade, sou eu que lhe devo desculpas. E é o que faço agora.
Atenciosamente,
Alex Gurgel
Jornalista e presidente da Associação Potiguar de Fotografia (Aphoto)
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