quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Aphoto se retrata com procuradora

por Alex Gurgel
presidente da Aphoto, no blog Grande Ponto

Na posição de Presidente da Associação Potiguar de Fotografia (Aphoto), publiquei uma Nota de Repúdio com o título “fotógrafo é agredido por procuradora federal”, contando a versão do fotógrafo Júlio Rasec quanto a um fato ocorrido no Parque das Dunas onde este relatou a ocorrência de um suposto abuso de autoridade. Como jornalista, eu me arrependo de não ter escutado a versão do outro lado, no caso a Procuradora da República Cibele Benevides da Fonseca.

Na qualidade de cidadão, peço desculpas públicas a Cibele Benevides pelos constrangimentos causados pela Nota de Repúdio, na sua família, no ambiente de trabalho e na sociedade natalense, uma vez que somente em juízo tomei conhecimento de sua versão.

Visivelmente emocionada, a Procuradora falou que, após uma caminhada no Parque das Dunas, ela e seu esposo pararam para alimentar a filha pequena, quando ele questionou-lhe se a cena que presenciava seria “autorizada pela Justiça”. A cena em questão era o fotógrafo Julio Rasec fotografando duas adolescentes com traços infantis que posavam com roupas curtas, do tipo top e shorts, uma delas vestindo uma indumentária similar a uma cinta-liga.

“Depois de várias poses, as adolescentes passaram a sentar no chão, levantando e abrindo as pernas. Então, eu perguntei ao fotógrafo qual seria o destino de tais fotos”, declarou Cibele Benevides. Nesse momento, de acordo com a Procuradora, o fotógrafo ficou irritado e perguntou quem era ela para interromper o seu trabalho.

Cibele Benevides explicou que a cena chamou sua atenção pelo fato de as meninas serem, visivelmente, menores de 18 anos. “Nessa condição, as fotos seriam totalmente inapropriadas”, disse Cibele, ressaltando que o fotógrafo Julio Rasec disse contar com a autorização das mães das menores (que não estavam presentes na hora), e, ato contínuo, chamou a procuradora de “burra” por, supostamente, não entender de Arte. Além disso, o fotógrafo proferiu palavras de baixo calão, bem como ameaças à Procuradora e, depois, ao seu esposo.

Nesse momento, o marido da Procuradora, Raphael Carvalho, resolveu procurar a Polícia Militar, que possui uma Companhia Florestal no interior do Parque. O fotógrafo chegou ao Posto acompanhado de um rapaz que contracenara com as adolescentes, além dessas e de uma senhora que se dizia mãe de uma das meninas. Também compareceram ao Posto da PM, a Procuradora e a Senhora Ana Cristina, uma advogada que a tudo testemunhara, às quais foi solicitada a identificação.

Requisitada a informar sua qualificação, a Procuradora da República optou por fornecer seu endereço profissional como forma de resguardar seu endereço residencial, diante da situação que acontecia. Cibele Benevides afirma que apenas nesse instante, o fotógrafo Júlio Rasec, os presentes e os policiais souberam o cargo por ela desempenhado, demonstrando assim que não houve qualquer tipo de abuso de autoridade. “É importante ressaltar que durante todo o depoimento das pessoas presentes, o fotógrafo manteve o equipamento fotográfico no seu colo, não tendo ninguém tocado na câmera”, relatou Cibele, em ação criminal proposta por ela, ressaltando que após prestar os esclarecimentos solicitados no Posto da PM, e como já se aproximava das 18h, a Procuradora e sua família deixaram o Parque, colocando-se à disposição das autoridades.

Ao publicar aquela nota sem conhecer sua versão cometi o erro de dizer que a procuradora abusou de sua autoridade, o que, absolutamente, não aconteceu, nem reavaliando a versão do fotógrafo Júlio Rasec, além de citar erroneamente, que a mesma agiu por ciúmes, tentou arrancar a câmera e xingou as meninas. Nada disso ocorreu. No intuito de defender minha classe, fui passional e cometi graves injustiças a Cibele Benevides e, ainda, exigi desculpas públicas da mesma, quando, na verdade, sou eu que lhe devo desculpas. E é o que faço agora.

Atenciosamente,

Alex Gurgel

Jornalista e presidente da Associação Potiguar de Fotografia (Aphoto)

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