terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Quieto apocalipse

por Eduardo Escorel
na Revista Piauí

Habitantes da metrópole, os personagens de Biutiful são seres que perderam toda a esperança. Condenados à treva ardente, seus corpos estão degradados e a dor que sentem é profunda. Pagam qualquer fraqueza com a própria vida. Da fatalidade à qual estão condenados, nem mesmo as crianças escapam, apesar de o filme anterior de Alejandro González Iñárritu – Babel, de 2006 – ser dedicado a seus filhos, “a luz mais brilhante na noite escura”.

A partir de 21 Gramas, de 2003, personagens infantis ganharam destaque na trilogia de Iñárritu iniciada com Amores Brutos, em 2000. Primeiro, como vítimas fatais de um atropelamento. Depois, sobrevivendo quando são abandonadas sozinhas no deserto que define a fronteira do México com os Estados Unidos. Agora, a vida familiar de Uxbal – personagem principal de Biutiful – é voltada para seu casal de filhos. Feito sem qualquer laivo de estrelismo, o papel valeu a Javier Bardem, com toda justiça, o prêmio de interpretação masculina, no Festival de Cannes de 2010.

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