terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Doce Envelhecer

Por Emídia Felipe
enviado por e-mail

Do alto do seu salto de 10 centímetros e sob os olhares atraídos pelo nivelamento de sua calça legging com suas pernas torneadas, Ingrid estava agoniada. Ingrid agoniada, para quem a conheceu, era uma redundância já sem graça. Naquele dia, porém, o nível de estresse em sua mente estava um pouco mais acentuado. Ela teria de ir a um velório e isso era odioso para aquela mulher de 26 anos. Ver a morte de perto, com um corpo sem vida ao alcance dos olhos e, pior, como centro das atenções, não era o maior dos problemas. Pelo menos não conscientemente. Havia, no íntimo daquela dentista recém-formada, uma inconformação e um pavor incontrolável – porque não dizer uma fobia – contra a inevitável e tirana passagem do tempo que sugava a força e o viço dos seres humanos: a velhice.

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