Li comentários bem opostos a respeito do Teatro Riachuelo. Os mais elogiosos dizem respeito à estrutura, incomparável e indiscutível, se considerado a realidade local ou mesmo nacional. Os mais críticos falam dos ingressos fora da realidade natalense. E aí, penso que valem algumas ressalvas.
Uma conversa rápida com qualquer produtor cultural e serão explicitados os argumentos para tais preços absurdos.
Façamos as contas. Elba Ramalho cobrou cachê de R$ 80 mil. O ingresso custou R$ 80 (inteira). Coloque 1 mil pessoas ali (se deu isso) e uma média de R$ 50 o ingresso, já que boa parte é de estudante e idosos. Chegamos ao montante de R$ 50 mil. Prejuízo de R$ 30 mil ao Teatro, como me corrigiu nos comentários, a Rosa.
E os custos para manutenção do teatro? Na verdade, "qual a viabilidade do Teatro?", como questionou Zé Dias em matéria publicada no DN.
Alexandre Maia disse que é comum artistas aceitarem cachês menores em troca de um show de qualidade. Será um argumento completo? Nem o show de Roberto Carlos, agora há pouco, lotou. Mas vejam abaixo que Roberta Sá afirmou que pela primeira vez conseguirá trazer seu cenário completo a Natal.
Alexandre Maia, praticamente produtor oficial do Teatro Riachuelo, comentou do prazer dos artistas em tocar aqui quando a notícia do Teatro se espalhar. Isso porque a qualidade e a repercussão positiva resulta em propaganda espontânea.
A jornalista Cinthia Lopes escreveu no twitter: "Adorei o documentário sobre a cultura potiguar na abertura do teatro Riachuelo. Gostaria de vê-los ao vivo naquele palco um dia". Todos nós, mas é muito improvável. E talvez até tenha soado meio hipócritas essas imagens.
Zé Dias disse sonhar um dia ver Khrystal naquele palco. Tomara. Mas o plano de mídia precisará ser ousado e caríssimo, fora da realidade costumeira. Ou o Teatro lota para ver Khrystal, ou o prejuízo é eminente, pelos motivos explicitados. Seria excelente assistir a elogiada produção do show de Valéria Oliveira em proporções maiores que o charmoso e pequeno palco da Casa da Ribeira. Mas penso ser inviável.
Uma solução apresentada por Zé Dias seria pagar um cachê de R$ 5 mil a um Lenine, por exemplo, e dividir a bilheteria. Ou seja: dividir o risco do prejuízo. Um ingresso ao preço popular de R$ 10 a preço único arrecadaria R$ 10 mil e o artista sairia com R$ 10 mil no bolso e o Teatro com R$ 5 mil. A fórmula seria mais viável ao artista local.
Então, o Teatro Riachuelo, se mantida essa política de shows e nenhuma iniciativa ou projeto ou paralelo seja criado em benefício ao artista local, permanecerá restrito às grandes atrações nacionais e ao público mais elitizado ou disposto a pagar ingressos acima dos R$ 80. E de cá, não vislumbro nenhum artista nacional para eu pagar esse preço, já considerando a vinda de um Chico Buarque acima dos R$ 300.
Então, ao TCP, go home!
- Foto: Gionanni Sérgio
Sérgio, 5 x1000, é 50 mil, não 5 mil. kkkkk
ResponderExcluirSalvo engano, o subsídio do Seis e Meia é 10 mil. Agora esse valor é para tudo, de hospedagem ao cafezinho. O que é muito pouco mesmo.
Mas se vc levar em considiração um cachê de 80 mil, para uma bilheteria de 50 mil. Tem trintão aí de preju.
Só não entendo pq os cachês dos artistas subiram com a vinda do novo teatro. Uma comparação é o preço da entrada de Roberta Sá. No TAM, me lembro bem, o último show custou 60,00, em um espaço bem menor.
Ei, vc errou também (rs). Não é 5, é 50! E salvo engano, Rosa, esses R$ 10 mil são repartidos entre Natal e Mossoró. E pera que vou ajeitar minhas continhas no post..rs
ResponderExcluirE quanto à Roberta Sá, o cachê mais alto é justo pelo que o teatro oferece.
Abraço!