terça-feira, 18 de maio de 2010

FJA: antro de incompetência e "má vontade"


Por vezes culpei a burocracia ou o desinteresse da Governadoria pelo estado de letargia vivenciado pela cultura potiguar há mais de três anos. Lembro do caso do cancelamento da Festa do Menino Deus por falta de verba. Essa semana citei três projetos de competência do Governo do Estado parados por vários motivos...

Culpava a burocracia e falta de dinheiro, mas ressaltava a necessidade da criatividade e da boa vontade para driblar os percalços. Sanderson Negreiros me falou de várias iniciativas criadas por ele quando sequer a Fundação recebia dotações do Governo. Ou seja: falta de verba + burocracia - criatividade = incompetência e marasmo.

O artigo do cantor Fernando Luiz, publicado mais abaixo evidencia o total descaso da Fundação José Gugu com o artista. Seria preciso protocolo para enviar um representante à reunião na Câmara? O gasto da gasolina do veículo 4x4 comprado pela FJA é tanto que impossibilitou um funcionário sequer estar presente para ouvir o clamor da classe artística?

"Má vontade", entre aspas, no título, tem justificativa. Foi essa a expressão dita por uma das entusiastas e defensoras ferrenhas do Governo do Estado para classificar o trabalho na FJG. Hilneth Correia, diretora do TAM disse ter enviado há meses o projeto Ribeira das Artes à FJG. Nenhum avanço até agora. Nada! E basta uma avaliação costumeira e rápida, já feita nos últimos anos para encaminhar às comissões sequentes.

Mas o projeto está lá, encostado. E a sociedade natalense está privada de domingos mais culturais, alegres. O natalense é obrigado a aguentar uma mistura de Hip Hop com Bolero no Projeto Seis & Meia porque a falta de bom senso na FJG decidiu sortear atrações locais para o projeto. O potiguar ainda espera pelo menos uma palavra decisiva ou providências a respeito da Revista Preá.

Faltou verba para o Poticanto? Faltou. Culpa é do Governo e não da FJA? Talvez. E o gestor serve para que se não para cobrar, se articular e convencer seu superior ou ser transparente em seus compromissos com produtores e artistas? Publiquei em minha antiga coluna no DN uma frase sintomática da governadora Wilma de Faria durante visita à FJG: "Mas Crispiniano, deixo tanto dinheiro aqui...".

Vamos esperar mesmo até dezembro a roda girar?

Um comentário:

  1. Amigos e amigas:

    Seria mais correto a governadora dizer: nós, cidadãos potiguares, deixamos tanto dinheiro aqui... Refiro-me aos impostos pagos por todos. O dinheiro não é da governadora, sequer é do governo, que não o gerou, apenas o recebeu.
    Dita na primeira pessoa, parece que a clássica frase absolutista "L' état c' est moi" baixou em Wilma. Como se sabe, a Revolução francesa se deu em 1789.
    Abraços em todos e todas:

    Marcos Silva

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