sábado, 5 de junho de 2010

Ser ou não ser... não seja!

Ainda a despeito do post abaixo, roubei lá do Papo Furado de Jairo Lima: "Ser da esquerda é, como ser da direita, uma das infinitas maneiras que o homem pode escolher para ser um imbecil: ambas, com efeito, são formas da hemiplegia moral". (De Ortega y Gasset)

Um comentário:

  1. Direita-esquerda é pouco.

    Prezado Sérgio:

    Considero necessário situar as categorias direita-esquerda em contextos históricos. Não sei se existiu, na história, direita em bloco nem esquerda em bloco. Pelo contrário, penso que essas categorias erram pela pretensão à generalidade.
    Podemos falar muito vagamente que a direita é conservadora e a esquerda revolucionária. A prática histórica não permanece no vago, ser conservador é escolher um como, ser revolucionário é escolher um como. Quando essas escolhas são feitas, as coisas se complicam. Certamente, Roosevelt era de direita mas era menos sufocante morar em boa parte dos EEUU no tempo em que ele foi presidente (talvez não no sul, onde vigoravam leis de apartheid até os anos 60 do século XX) do que na Alemanha nazista - que também era de direita. O pessoal da Escola de Frankfurt era de esquerda mas certamente tinham um pensamento infinitamente mais nuançado que a vulgata marxista da URRS no tempo de Stálin.
    Pior ainda: direita e esquerda viraram categorias meio morais e religiosas, lugares de bem ou mal, de acordo com o gosto do freguês.
    Sinto-me de esquerda, sem concordar com toda esquerda nem tratar toda direita como lixo totalitário.
    Noutras palavras: melhor evitarmos qualquer ortodoxia, inclusive a ortodoxia de centro (os extremistas de centro), que agem como se tudo fosse igual a tudo.
    Entendo que o capitalismo precisa ser criticado. Entendo que aquilo que chamaram de socialismo (URSS, China, Coréia do Norte, Cuba & Cia.) precisa ser criticado. Sem crítica não há solução.
    Abraços:

    Marcos Silva

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