Intercâmbio teatral
Festival Agosto de Teatro dá início à segunda edição com extensa programação a partir de sábado
Narrativas conservadoras, peças experimentais, política – sim, sempre ela! – comicidade, espetáculos infantis e circenses, temáticas kafkanianas, monólogos, teatro de rua e muito existencialismo marcam a diversidade da segunda edição do Festival Agosto de Teatro. A estória de um amor agreste, daqueles tão secos que enxáguam a alma, abre o evento no sábado. Durante uma semana, Natal será a livre adaptação de uma cidade teatral repleta de atores, cenários e estórias.
A presença de seis companhias teatrais de outros estados sinaliza perspectiva de abertura de edital para um festival regional já no próximo ano. A estimativa é da coordenadora do evento, Ivonete Albano. “Apesar dos convites, o próximo ano aponta para um caráter mais regional do Agosto de Teatro. E será ótimo: acrescenta muito à produção local, ao nosso mundinho. São novas propostas cênicas e novas possibilidades de aprendizado”.
Um dos destaques apontados por Ivonete é a peça Milagre Brasileiro, encenada neste domingo pelo Coletivo de Teatro Alfenin, da Paraíba. A peça aborda o sombrio período ditatorial. O foco é o desaparecimento político: cidadão na condição de “nem morto nem vivo”. E mistura a figura mítica de Antígona para dialogar com os mortos e o “teatro desagradável” de Nelson Rodrigues, afora a inusitada montagem de uma arquibancada para 200 lugares.
Serão 18 espetáculos. Muitos deles encenados no Teatro Alberto Maranhão, onde acontece a abertura neste sábado, às 20h30, e encerramento. No palco do Teatro de Cultura Popular Chico Daniel (Tirol) serão encenadas seis peças. Duas apresentações de teatro de rua serão realizados no Pátio da Pinacoteca (Centro Histórico). Alguns grupos preferiram sedes próprias. A programação acontece todos os dias a partir das 16h30. A entrada é franca e os espetáculos são pontuais. É recomendável chegar antes.
Na véspera e no Dia das Crianças, duas peças foram colocadas para agradar a meninada. Flúvio e o Mar, do Coletivo de Atores À Deriva, traz o espírito aventureiro de um menino com desejo de mar. E a peça Em Cada Canto Um Conto, em cartaz por vários dias na Casa da Ribeira, resgata contos populares e personagens diversos sob trilhas sonoras executadas ao vivo, em momentos de interação com a platéia.
Oficinas gratuitas
Cinco oficinas gratuitas serão realizadas entre os dias 10 e 15 de outubro, das 14h às 16h: Pedagogia do Espectador (Marcelo Soler/SP); Bonecos (Romualdo Freitas/PE), Elaboração de Projetos Teatrais para Leis de Incentivo e Editais (Josenilton Tavares/RN), e Teatralidades Textuais além do Drama (Stephan Baumgärtel/SC). A única exceção é a oficina Devorando Shakespeare (Clotilde Tavares/RN – De 10 a 12, das 14h às 17h). Inscrições pelo fja_festivalagostodeteatro@yahoo.com.br ou pelo telefone (84) 3232 9702.
PROGRAMAÇÃO
Sábado (9)
Agreste - Grupo Razões Inversas (SP)
Início: 20h30
Local: Teatro Alberto Maranhão (praça Augusto Severo, Ribeira)
Sinopse: Com uma narrativa nada conservadora, “Agreste” conta a história de um casal de lavradores vizinhos que têm que fugir de sua terra e encontrar outro lugar para poder viver seu amor. A morte de um deles, porém, traz uma revelação surpreendente que muda o curso da história.
Domingo (10)
Volta ao Ponto - Grupo de Teatro Janela (RN)
Início: 19h30
Local: Teatro de Cultura Popular (rua Jundiaí, 641, Tirol).
Sinopse: Livre adaptação do conto “Além do Ponto”, do dramaturgo e escritor brasileiro Caio Fernando Abreu. Os atores partem das suas memórias e também das lembranças alheias para abordar a angústia e a sensação de plenitude que elas provocam.
Milagre Brasileiro - Coletivo de Teatro Alfenim (PB)
Início: 21h
Local: Teatro Alberto Maranhão (praça Augusto Severo, Ribeira).
Sinopse: “Milagre Brasileiro” é um espetáculo experimental que aborda os “Anos de Chumbo” da Ditadura Militar brasileira, culminando com a decretação do AI-5. O foco é o “desaparecido político”, sujeito cuja estranha condição, nem morto nem vivo, serve de ponto de partida para a investigação de um dos períodos mais sombrios da história brasileira. A partir da experimentação de novas formas narrativas e com a execução ao vivo de sua partitura musical, o espetáculo põe em cena a figura mítica de Antígona para dialogar com nossos mortos. Também utiliza como referência o “teatro desagradável” de Nelson Rodrigues e seu “Álbum de Família”.
Segunda-feira (11)
Flúvio e o Mar - Coletivo Artístico Atores a Deriva (RN)
Início: 16h30
Local: Teatro de Cultura Popular (rua Jundiaí, 641, Tirol)
Sinopse: Um menino com um destino de onda, um desejo de mar. Assim é Flúvio, que mora na pequena cidade de Elmo das Pedras e parte para uma aventura em busca do mar, porque, segundo ele, é do mar que nasce toda a vida.
Meu Nome - Grupo de Teatro Casa da Ribeira (RN)
Início: 19h30
Local: Teatro Alberto Maranhão (praça Augusto Severo, Ribeira)
Sinopse: O grupo, sob a coordenação da Companhia Brasileira de Teatro e do seu diretor, Márcio Abreu, criou um espetáculo baseado no sentido amplo de identidade e afirmação social que advém do próprio nome. O título do espetáculo revela o caminho de pesquisa do grupo, que busca, através de um roteiro fragmentado, dar voz às suas inquietações mais genuínas. Os atores falam de temas diversos e de maneiras diversas. Falam de amor e desamor, falam de teatro, de preconceito, de desejos frustrados e de sonhos ainda por realizar; contam segredos, reclamam, cantam, dançam, procuram expressar a potência e a diversidade de sua geração; tentam, através do teatro, afirmar seu lugar no mundo.
Terça-feira (12)
Em Cada Canto Um Conto - Grupo Estação de Teatro (RN)
Início: 16h30
Local: Teatro Alberto Maranhão (praça Augusto Severo, Ribeira)
Sinopse: O espetáculo trata da narração de histórias populares e parlendas, contadas pelos atores Nara Kelly e Caio Padilha. A música é executada ao vivo, num diálogo direto com a cena, em que os atores investem no corpo e na voz para a transformação de diferentes personagens. As parlendas, vinhetas e canções emprestam fluidez e um tom divertido, permitindo momentos de interação com a plateia.
As Bandosas - Cia Focart de Teatro (RN)
Início: 19h30
Local: Teatro de Cultura Popular (rua Jundiaí, 641, Tirol)
Sinopse: A peça é uma comédia de costumes que mostra, de forma irreverente, os diversos aspectos da hipocrisia humana.
O Bizarro Sonho de Steven - Grupo Facetas, Mutretas e Outras Histórias (RN)
Início: 21h
Local: Tecesol (rua Governador Valadares, 4853, conjunto Pirangi)
Sinopse: O espetáculo mostra o lado torcido do ser humano que sobrevive no mundo real como mero consumidor passivo de mensagens. A dramaturgia teve como raiz o texto do potiguar Eduardo Vinicius, criando o universo subjetivo dos sonhos, em que conflitos e emoções afloram de maneira inusitada e sem explicação.
Quarta-feira (13)
A Companhia Burlesca de Espetáculo - Grupo Artes e Traquinagens (RN)
Início: 16h30
Local: Pátio da Pinacoteca (ao lado da praça André de Albuquerque, Cidade Alta).
Sinopse: O espetáculo narra a trajetória de um grupo de atores itinerantes, com raízes nas artes circenses e na Commedia dell’arte, que apresenta nas ruas e espaços diversos seu repertório de quadros teatrais: Tabarin, o guarda de honra, das farsas tabarínicas; A loja de chapéus, fragmento do texto “Cabaré Valentin”, de Karl Valentim; O romance de Dom Carlos de Alencar e Clara menina, de domínio popular; Coração materno, de Vicente Celestino; A Gioconda, de Jefferson Fernandes; além dos textos da própria companhia, que mostram os conflitos internos comuns aos grupos de teatro.
Matrióchka: Uma História Dentro da História - Grupo Estandarte de Teatro (RN)
Início: 19h30
Local: Teatro de Cultura Popular (rua Jundiaí, 641, Tirol)
Sinopse: O espetáculo é a história contada inicialmente por Ítalo Calvino, no romance “O cavaleiro Inexistente”, e narra a saga de Agilulfo, cavaleiro do exército de Carlos Magno, conhecido e odiado por ser um homem metódico e impecável no cumprimento de seus deveres e das leis da cavalaria. Apesar de todas as qualidades de caráter, Agilulfo não possuía um corpo; era apenas uma armadura vazia.
Pai e Filho - Pequena Cia. de Atores (MA)
Início: 21h
Local: Teatro Alberto Maranhão (praça Augusto Severo, Ribeira)
O espetáculo foi criado a partir da obra “Carta ao Pai”, de Franz Kafka, e leva ao espectador problemas que vão além do conflito de gerações, mostrando uma relação simbiótica entre pai & filho.
Quinta-feira (14)
Achado Não é Roubado - Cia. Tropa Trupe de Arte (RN)
Início: 16h30
Local: Teatro Alberto Maranhão (praça Augusto Severo, Ribeira)
Sinopse: O espetáculo conta a história de uma trupe de palhaços que encontra um circo abandonado e resolve “tomar de conta”. O que a trupe não sabe é que o circo tem dono e que ele só vai permitir que os palhaços fiquem no lugar se apresentarem um ótimo espetáculo.
Negrinha - Cia. Manacá de Teatro (RN)
Início: 19h30
Local: Teatro de Cultura Popular (rua Jundiaí, 641, Tirol)
Sinopse: O espetáculo é um retrato do Período Colonial, mostrando a influência africana na formação do povo brasileiro.
O Pulo do Gato - Grupo O Pessoal do Tarará (RN)
Início: 21h
Local: Centro Experimental (avenida Hermes da Fonseca, Tirol – ao lado do Aero Clube).
Sinopse: O espetáculo não utiliza a linguagem verbal. Os atores expressam sentimentos humanos a partir de situações corriqueiras de violência, carinho, solidão e amizade, utilizando o corpo como ferramenta fundamental de expressão. As situações são vividas com os atores interpretando animais (cachorros e gato). Apesar disso, o humano está presente o tempo inteiro, transformando o espetáculo num espelho de nossa sociedade.
Sexta-feira (15)
A Farsa do Poder - Grupo OsFodiDários (PB)
Início: 16h30
Local: Pátio da Pinacoteca (ao lado da praça André de Albuquerque, Cidade Alta).
Sinopse: A peça é uma livre adaptação da obra homônima do dramaturgo potiguar Racine Santos, e se passa na pequena cidade de Cudimundo. O prefeito corrupto e o delegado, seu braço direito, veem seu poder ameaçado pela chegada do governador.
Ultraje - Grupo Elas e Companhia de Teatro (RN)
Início: 19h30
Local: Teatro de Cultura Popular (rua Jundiaí, 641, Tirol)
Sinopse: Dividido em pequenos e ácidos monólogos, o espetáculo tem uma linguagem rápida, direta e divertida. Fragmentos do cotidiano foram recolhidos para a construção das narrativas, levando o espectador a olhar o cotidiano com os olhos do inusitado. O espetáculo é rápido, mas nada rasteiro, ao alfinetar, de forma inteligente e divertida, certos personagens da vida real.
Esparrela - Grupo Bigorna de Teatro (PB)
Início: 21h
Local: Teatro Alberto Maranhão (praça Augusto Severo, Ribeira)
Sinopse: “Esparrela” conta a relação do urubu Arquimedes e seu adestrador Manuel, que para entrar na cidade da qual foi expulso, resolve ensinar a ave a dançar para impressionar as pessoas.
Sábado (16)
Para Eros e Thanatos - A Tropa do Balaco Baco (PE)
Inicio: 20h
Local: Mãos nas Artes (sede do Grupo Artes e Traquinagens)
Sinopse: Partindo de uma pós-dramaturgia sobre poemas de Ascenso Ferreira: Oropa, França e Bahia, e de Zé da Luz, vingança de Caboco, a intervenção teatral PARA EROS E THANATOS – poemas de amor e morte é um exercício de representação que busca a aproximação da arte teatral e suas investidas pela diversidade literária.
* Matéria de hoje publicada no Diário de Natal
[image: Onde vai a vírgula no MAS?]
Você já parou para pensar onde a vírgula deve ser colocada quando se
utiliza a conjunção "mas"? Neste artigo, vamos e...
Há 12 horas
A Rádio Cultura de Santos Dumont-MG, "a terra do PAI DA AVIAÇÃO", cidade de 50 mil habitantes, na Zona da Mata Mineira, região de Juiz de Fora, fundada em 17 de agosto de 1948 passou a ser administrada, em 01/01/2010, pela Sociedade Mineira de Comunicação.
ResponderExcluirDireção: Sérgio Rodrigues, João Begatti e Carlos Ferreira.
www.radioculturasd.com.br
twitter.com/radioculturasd
http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=97354075
CULTURA ACONTECE: De segunda/sábado, de 08 às 10, com Jorge de Castro e participações de Sérgio Rodrigues, Carlos Ferreira e João Begati.
Leia mais aqui no BLOG:
www.carlosferreirajf.blogspot.com