Não visualizei uma única mesa de debate ruim entre as dez travadas nesta segunda edição da Flipipa. Assisti todas. Umas mais concorridas e todas com mais da metade dos assentos preenchidos. O frio exagerado no primeiro dia, reclamado aqui, foi amenizado na sexta e no sábado. Se viu discussões sobre quadrinhos e uma gama de outros vieses a partir da temática central; Cascudo multilado por crimes editoriais; jornalismo x história; cinema x roteiro; João Gilberto Noll em versão "baixo calão" e de uma irreverência pouco vista; João Ubaldo e sua informalidade tradicional, mas desta vez dobrada quando acompanhada por Geraldo Carneiro; um Mia Couto pop, com recorde de público no evento; mídias sociais; a belle époque de Polycarpo Feitosa; e ainda a Flipaut, originária de uma ideia central de transformar a charmosa praia de Pipa em pólo literário. Sem falar nas oficinas de contos, estande de livros, a Pipinha literária e o comércio de artesanato local. E tudo sob baixo custo. Se as palestras receberam públicos mais interessados em literatura, a população nativa soube do evento, conferiu mesmo que rapidamente algumas mesas, viu de perto alguns figurões da alta literatura nacional e internacional e sentiu a aura de um encontro literário. Se deixará essas percepções e sensações tomarem conta das suas vontades, uma enchente de fatores sociais podem explicar. A Flipipa deixou seu recado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário