sábado, 31 de julho de 2010

Rastreando riquezas

Projeto que tem mapeado o patrimônio cultural de Natal espera atingir, até o fim do ano, os 36 bairros da cidade

A cultura natalense está sob a mira de olhares atentos e interessados em catalogar e quantificar o patrimônio cultural da cidade. Desde o início do ano um projeto de mapeamento cultural está em andamento. De forma sigilosa, uma equipe multifuncional formada por antropólogos, poetas e pesquisadores tem vasculhado os bens imateriais nos 36 bairros da cidade. O levantamento dos principais saberes, celebrações e expressões mais relevantes de cada localidade estarão reunidos em um inventário publicado em novembro e disponibilizado gratuitamente na internet.

O poeta, artista plástico e agitador cultural Eduardo Alexandre está responsável pela escrita de crônicas de cada bairro, a partir de uma linguagem poética aliada à pesquisa bibliográfica e de campo. Em agosto, Eduardo Alexandre descansa seu olhar sobre a geografia da Redinha, chamada por Cascudo de "praia bonita". As crônicas de Eduardo Alexandre deverão abrir a publicação. O padrão ainda será definido após reunião compublicitários, segundo explica o gestor de cultura do Sebrae/RN, Eduardo Viana.

"Nossa intenção, além de catalogar os saberes e práticas culturais, é nortear as políticas culturais a partir da riqueza e diversidade cultural de cada bairro", adiantou Eduardo Viana. Outro propósito é de que o inventário seja referência para outras publicações e possa despertar o interesse pela estadualização do catálogo, com o mapeamento cultural dos municípios potiguares. O projeto é uma parceria entre Sebrae/RN, Banco do Nordeste e Fundação Capitania das Artes.

O mapeamento imaterial de Natal levará em consideração durante a pesquisa a sistemática utilizada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), referentes a preservação do patrimônio imaterial como os Saberes, as Celebrações, Formas de Expressão e Lugares. Manifestações culturais mantidas nas localidades serão abordadas na pesquisa. A intenção é identificar bens da cultura imaterial como ofício de rezadeira, pescador artesanal, mangaeiro, artistas, festas de padroeiros, carnavais, grupos de danças, folguedos, santuários populares, etc.

Fases
Na primeira fase de execução do projeto foram rastreados os bairros de Nova Descoberta, Ponta Negra, Redinha, Santos Reis, Rocas, Praia do Meio, Bairro Nordeste, Quintas, Bom Pastor, Nossa Sra. de Nazaré, Cidade da Esperança, Nova Cidade, Cidade Alta, Planalto, Guarapes, Alecrim, Felipe Camarão, Praia do Meio. A segunda fase está prevista para iniciar no mês de agosto e contemplará os bairros de Lagoa Azul, Pajuçara, Potengi, N. Sra. Apresentação, Igapó, Salinas, Ribeira, Petrópolis, Areia Preta, Mãe Luiza, Tirol, Barro Vermelho, Lagoa Seca, Lagoa Nova, Candelária, Pitimbu, Capim Macio e Neópolis.

Eduardo Viana ressalta a importância da participação popular na fase de coleta de dados. "A partir de indicações e entrevistas com lideranças comunitárias, agentes de saúde, associações comunitárias, professores, agentes culturais são localizados os possíveis bens culturais existentes nos bairros". E completa: "Com aelaboração do mapeamento cultural imaterial da cidade será possível conhecer a realidade atual das práticas socioculturais, possibilitando a criação de políticas públicas de fomento destinadas às atividades culturais locais".

* Matéria publicada hoje no Diário de Natal

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