quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Do voto nulo

Por François Silvestre
no Substantivo Plural

A Democracia há de ser conquista. E se a negação dela foi fruto de luta renhida dos seus inimigos, ela só poderá ser restaurada com a luta de igual compostura dos seus refeitores. Regime de consentimento, de negociação espúria: “tu me dás o poder e eu te garanto inocência dos crimes” , não aufere autoridade moral nem legitimidade para dignificar o poder. O poder exercido no Brasil não é legítimo nem digno. Nem democrático. Somos mendicantes da liberdade. Mendigos de uma democracia caolha, que diferentemente da arte, completa na forma, não se robustece no conteúdo. O estado público de cócoras ante a organização criminosa da bandidagem. A educação pública inadjetivável. Saúde, que saúde? Eleição? Eleição é prática em qualquer república bananeira. É conseqüência da liberdade e não causa. O Brasil é um exame de fezes da democracia. Cuja cultura vai mostrar as bactérias universalmente conhecidas. Quando vai mudar? Quando tivermos coragem de correr riscos da mudança. Essa eleição de agora é mais uma festa do circo. Voto Nulo.

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