Por François Silvestre
em comentário no blog
Essa informação ou insinuação, no blog do mello, de que Vandré foi torturado é uma baita mentira. Conheço essa história de perto. Ele nem sequer foi preso. A não ser na fronteira da França com a Bélgica por motivos não políticos. Que dona Marta tratou com militares a sua volta é verdade, sem contudo Vandré ter qualquer participação nessa negociação. Vandré nunca foi político. Quiseram atribuir a ele uma postura que ele não encarnava. Foi vítima do mais estúpido patrulhamento. E continua sendo. Era amigo de Sodré. Qual o problema? Vandré é um poeta. Dos melhores que o cancioneiro brasileiro teve. Essa história de que ele quis ser herói é uma invencionice desonesta. Coisa de pseudos psicanalistas. A mediocridade tem dificuldade de conviver com a inteligência. Imagine com a genialidade. Abraço, François.
Tem mais. Vandré também era amigo de Arnaldo Lacombe. Cuja casa frequentava. Lacombe havia sido chefe da Cadeia Nacional, que produzia a "Voz do Brasil", no governo Médici. Tornei-me amigo de Lacombe, por conta do meu irmão Dimas e de Vandré. Anos depois trabalhei com ele no Boletim Cambial, na Rua São Bento, sucursal do jornal carioca em São Paulo. Amizade não contamina ninguém. Não seleciono amizades por identidade ideológica. Roberto Guedes conhece esse episódio e também conheceu Lacombe. Na noite da morte de Herzog, Lacombe quase expulsa Vandré da sua casa, pois o mesmo usou o telefone da residência para comentar o assunto com um amigo do jornalista "suicidado" no Dói-Codi. Naquela noite, após esse fato, eu e o Dr. Vandrezígelo, pai de Vandré, nos encontramos com ele. Continuei amigo de Lacombe, até meu retorno para a prisão em Natal. Depois soube da sua morte. François.
Do blogueiro: Fiz entrevista com François Silvetre - esse cabra aí de cima - e fiquei insatisfeito com o resultado, que até abriria a revista cultural Ginga - projeto inacabado da Funcarte. Culpa minha, claro. Até tentei exploorar alguma polêmica, de forma amadoresca, na tentativa de uma entrevista polêmica, chamativa. François está acima disso. A mostra está aí acima. Ele tem muito mais o que dizer. Foda é extrair. O reieira é cismado que só uma mulesta. Mas aos poucos, como nestes comentários, esse "galado" (rs) solta algumas preciosidades destas. É coisa pra ilustrar livro de memórias. Seja dos livros bufacas daqui (afora Mr. Abimael) ou dos cancioneiros da ditadura. Ou mesmo de quem quiser aproveitar algumas verdades da história. François tá nem aí pra isso. E nem eu.
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Há uma hora
Serjão, o seu comentário me deixou ancho. Coisas assim me fazem pensar que não sou tão inútil. O nome do pai de Geraldo é José Vandregísilo, médico. A mãe é Marta Pedroza de Araújo Dias. Ela é descendente de Delmiro Gouveia, aquele da cachoeira de Paulo Afonso. Obrigado, François.
ResponderExcluirO ser humano É um animal político, compa...
ResponderExcluirEm primeiro lugar o sentido de político aí está bem definido. Não é a conceituação de Aristóteles. Animal político, segundo o estagirita, define o ser em convívio social, portanto político. Outra coisa é militância política que era do que se estava falando. Até porque no Brasil, hoje, há também vegetais políticos. O ser humano é e não é animal político. A lógica formal aristotélica foi superada há muitos anos pelo método dialético de investigação filosófica; compa... abraço, François.
ResponderExcluirÉ por isso que não me meto no que não domino. O sujeito usa frase feita milenar para contestar argumento e ganha uma aula de graça. Não aprende se não quiser. Welbert Caldas.
ResponderExcluirCerta vez assisti a uma discussão de Vandré com François, no restaurante árabe Almanaha, na Vieira de Carvalho,que parecia uma briga. O salão da casa silenciou para ouvir os dois. Manoel M. de Macedo. (Mememê).
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