Por Solarina Hona Reuters
Após 50 anos de cinema, Clint Eastwood está longe de ser um artista imprevisível. Mas o seu esperado "Hereafter", drama sobrenatural a respeito de experiências de quase-morte, rompe totalmente com obras anteriores como "Menina de Ouro" ou "Gran Torino."
"Hereafter" combina o visual de um "blockbuster" hollywoodiano com o intimismo de um filme "de arte" europeu. A estreia mundial aconteceu no domingo no Festival Internacional de Cinema de Toronto, no Canadá.
O filme começa com chocantes imagens de um tsunami atingindo um balneário, e depois acompanha as vidas de três pessoas moradoras de Londres, Paris e San Francisco cujos destinos convergem.
O roteiro é de Peter Morgan, que desta vez deixa o foco político de duas obras recentes: "Frost/Nixon" e "A Rainha."
"Hereafter" é o nono filme que Eastwood dirige em nove anos, desde uma guinada que fez o antigo ator de faroestes se tornar um dos mais respeitados cineastas dos Estados Unidos.
Aos 80 anos, o diretor diz não pensar muito no tema "vida após a morte."
"Todo mundo tem seu palpite a esse respeito", disse ele ao Toronto Star. "Eu não estive lá antes. Não pretendo ir lá antes da minha hora."
As primeiras resenhas sobre o filme foram díspares. Para Roger Ebert, do Chicago Sun-Times, "Eastwood fez um filme para pessoas sensíveis e inteligentes, que são naturalmente curiosas sobre o que acontece quando cai o pano."
Já a Variety considerou o filme "desigual, mas absorvente", e acrescentou que Eastwood "se desloca num território novo e arriscado com a graça de antigamente e com um cinema clássico vigoroso ... ele dança logo à beira do ridículo e às vezes nele adentra."
Na pré-estreia, a plateia ficou em êxtase por ver o artista, ganhador de quatro Oscars, no festival pela primeira vez em duas décadas.
"É ótimo estar de volta aqui a Toronto", disse ele ao subir ao palco para apresentar o filme.
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