quarta-feira, 25 de agosto de 2010

O Google em crise de meia-idade

Por Julio Daio Borges
no Digestivo Cultural

O Google, quem diria, está em crise de meia-idade. Depois de crescer a uma velocidade nunca antes vista na história das corporações, o Google está inseguro, pois vai ter de se reinventar – e, portanto, atira para todos os lados. O mercado de buscas já está dominado, mas os acionistas, obviamente, querem mais. Então, o Google atira a esmo. E erra, claro. O Google não é mais aquele... Brilhante. Inovador. Transformando bits em ouro como ninguém.

“Não dá para enganar todo mundo o tempo todo?” Não é assim que diz a velha canção? (E o Google virou mainstream, não esqueçamos.) O fato é que o Google precisa de um novo negócio, além dos anúncios contextualizados em buscas. Então, o Google aposta na chamada internet móvel. Cria seu próprio sistema operacional para celulares. E bate de frente com a Apple, uma velha aliada. “O Google quer destruir o iPhone e nós não vamos deixar”, anuncia ninguém menos que Steve Jobs.

O Android, no entanto, vai bem – mas o Google quer mais. Então, entra no mercado de software para PCs. Já lançou sua versão do Office, gratuita, “na nuvem”, agora quer lançar seu próprio sistema operacional – para bater de frente com o Windows e com a Microsoft. “Don't be evil” ou “Não seja a Microsoft”, ou ainda “Não seja o mainstream” – o slogan de quando o Google abriu seu capital na bolsa – faz Steve Jobs rir agora; que dirá Bill Gates...

Mas dizem as más línguas que a briga de Eric Schmidt, o CEO bilionário do Google, é com Steve Ballmer, o atual CEO da Microsoft (ambos nasceram quase no mesmo ano). Não bastasse a Apple e a Microsoft, o Google vai entrar no mercado de televisão, e quer que a internet tome ainda mais o tempo das pessoas. Quanto mais gente na internet, mais buscas – melhor para o Google.

Para terminar, quer combater o Facebook – que, sem querer (ou não), ameaça a hegemonia do buscador (sendo, hoje, o site mais acessado nos EUA). O Google quer lançar “a” rede social. E o Orkut, Google? E o Buzz (que jamais superou Twitter)? E o Wave? E as sucessivas mudanças de layout? O Google está inseguro? O Google está em crise de meia-idade.

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