segunda-feira, 8 de novembro de 2010

DoSol é foda mesmo...

Só elogios. É o que leio a respeito do Festival DoSol no twitter, em resenhas de jornais e depoimento de músicos e produtores. Nelsonrodriguiano, sempre concordei com a burrice da unanimidade. E achava que precisava tirar a prova. Sete edições de um dos maiores eventos musicais do Estado e nunca tinha ido - uma falta grave para um repórter de Cultura. Aproveitei a presença da Orquestra Contemporânea de Olinda e zarpei para a Ribeira. Antes, perguntei a Foca se venderia ingresso por volta das 21h. É que uma "reca" de amigo quis ir junto. Foca disse que eu era convidado. E entrar de graça só me atiça mais ainda a procurar defeito, só pra mostrar o contrário. Sou meio assim, do contra.

Fui lá com a patroa. Um casal amigo já tinha entrado. A primeira impressão foi agradável. Nem tanto por dar de cara com Alex de Souza na fila do banheiro químico. Mas pelo banheiro ser limpo. Isso é inédito em eventos do tipo. Pelo menos em Natal. A barulheira comia solta no Centro DoSol. Um enxame de gente por lá, pela rua, pelo Armazém Hall... Pensei se ali eu teria encontrado o primeiro defeito. Esperei mais um pouco pra ter certeza, sentir o clima. E achei que não. Ou ainda não. Talvez para os próximos anos fique pequeno, visto o crescimento do Festival. Por enquanto, o aperto ainda se traduz em "calor humano".

A fila para comprar cerveja nem era tão grande. Com o "calor humano" ali, devia estar bem maior. Não sou tão fã da cerveja "estupidamente gelada", e a temperatura da "galega" estava boa. Desceu redondo. Tanto que uma certa hora minha cabeça começou a girar. Estava ficando bêbado e o defeito não aparecia. Foi quando começou o show da Orquestra Contemporânea de Olinda. "Há de aparecer alguma coisa: som reiêra, briga, 'calor desumano', ou alguma coisa", pensei. Nada. Showzaço. Ainda estou anestesiado. Meu coração virou batuque. Virei criança dançando ciranda; recifense em ritmo de frevo e maracatu. Se era fã, fiquei mais ainda. E tudo por causa do infiliz do Festival.

Não me dei por vencido. Nem por bêbado. Arregalava os olhos como podia. Resistia. "Sou brasileiro e repórter, e não desisto nunca". Mas nem o cheiro de maconha era tão forte a ponto de gerar uma linha de reclamação. A galera presente também não era tão estereotipada como pensei, pelo menos para escrever uma piadinha, um trocadilho infame a respeito. E quando já me considerava vencido pelo Festival e pela cerveja, eis que justo ela me aparece como salvação. Sim, faltou cerveja! Perguntar a hora do fato é quase indagação inquisitorial. Mas passava das 0h, penso. Ainda assim, quis ficar. O tanque de combustível estava cheio. E o clima era bacana. Mas fui convencido pelos amigos do contrário e fui embora. E levei comigo a sensação de que o DoSol, como dizem, é foda mesmo; mesmo sem cerveja.

5 comentários:

  1. a cerveja nem acabou, mas o gelo deixou a gente na mão por pelo menos uma hora! ahahahaha

    fpoi bem bom, obrigado pelo espaço e pelo olhar crítico.

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  2. Crítico? Eu queria um crítico desses para o meu pobre talento. Que texto gostoso!... Parece até que eu estava lá. Fotográfico. Mas num precisa falar mal da cerveja que, à exceção das não geladas, é uma das poucas coisas que se salva neste tempo de excesso morno. Excesso o quê? Também é... Abraço de François Silvestre.

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  3. Cerveja acabar era típico do Dosol, mas enfim melhoraram um pouquinho.

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  4. Sérgio tb adorei o festival e a Orquestra Contemporânea de Olinda precisa vir mais vezes a Natal. Tá faltando mais eventos como esse na cidade.

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  5. Ta vendo Serginho? eu te falei que a Orquestra era e é a orquestra. Que bom que voce foi ver de perto dessa vez.
    Beleza vc ter ido.
    Abraços
    Cida Campello

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